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Globo: A história completa da emissora

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Emissora líder nacional de audiência e faturamento, a Globo é amada por alguns, odiada por outros, mas indispensável na rotina de todos os brasileiros.

Com mais de 50 anos de história, é a segunda maior emissora de TV do mundo, estando atrás apenas da rede norte-americana ABC, pertencente à Disney.

Com quase 10 mil empregados, é o principal ativo das Organizações Globo, que engloba mídia impressa, rádio, internet, streaming e outros serviços.

Entender todo o contexto histórico e suas posições políticas e comerciais ao longo de sua existência fazem entender porque a emissora desperta tantas paixões, tanto pro bem quanto pro mal.

Hoje, vamos saber tudo sobre a história da Globo e entender um pouco como ela chegou até os nossos dias com relevância e destaque na imprensa e na sociedade brasileira.

Rede Globo: A Realização de um sonho

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Créditos:gkpb.com.br

Engana-se completamente quem acha que a “Vênus Platinada” surgiu em um arroubo de um empresário que conseguiu uma concessão e decidiu montar uma emissora de TV.

Foi na verdade a realização de um sonho de uma vida de um jornalista que teve a missão de dar continuidade ao negócio do pai e influenciar a sociedade através de um jornalismo de qualidade.

Nascido no Rio de Janeiro, o jovem Roberto Marinho sempre teve tino para os negócios na área da comunicação.

Filho do jornalista e também empresário Irineu Marinho, aclamado no começo do século XX com a criação do jornal “A Noite”, sempre acompanhava a rotina de profissão de seu pai, trabalhando como secretário particular e também como repórter.

Mas foi somente com a criação do jornal “O Globo”, em julho de 1925, que Roberto Marinho começou a encarar de vez a profissão do pai e o seu futuro como empresário do novo jornal. 

Porém, um acontecimento mudaria toda a história: seu pai, Irineu, falece dias após a inauguração do novo jornal, vítima de um ataque cardíaco.

Com apenas 20 anos, Roberto ainda não se sente capaz de assumir a direção do jornal, deixando para o mais experiente colaborador, Euclydes de Matos.

Cinco anos depois, mais experiente e com passagens como redator chefe, assume a direção do jornal.

A partir de sua chegada, o jornal consolida a sua liderança e Marinho assume o protagonismo que destacaria a sua trajetória até o fim da vida.

Manteve relações próximas com Getúlio Vargas durante o regime do Estado Novo, mantendo uma linha editorial que buscava elogiar as ações da ditadura e se beneficiar economicamente disso. 

Em 1944, esse aporte ajudou a partir para um novo mercado, o da radiodifusão. Comprou a Rádio Transamérica e transformou na Rádio Globo do Rio de Janeiro, o primeiro passo do que viria a ser o Sistema Globo de Rádio, desenvolvido nas décadas seguintes. 

Sempre se mantendo próximo ao poder, deu apoio ao governo de Gaspar Dutra, em 1946. Durante estes anos, o jornal e a rádio se tornaram altamente rentáveis e sucesso de audiência e tiragem. O que fez com que Marinho pensasse em dar o próximo passo: abrir um canal de TV.

Em 1951, entrou com o pedido de concessão de um canal de TV para o Rio de Janeiro, enquanto mantinha forte oposição a Vargas, abrindo espaço para Carlos Lacerda, seu principal opositor.

Depois do suicídio de Vargas, o próximo presidente seria JK, que recebeu uma oposição moderada do jornal O Globo, que apoiou Juarez Távora para a eleição presidencial de 1955.

Em 1957, a concessão foi concedida e finalmente o bem sucedido Roberto Marinho poderia ter o seu próprio canal de televisão, a Rede Globo.

O início da Rede Globo

Desde a concessão até a sua inauguração, foram oito anos de espera. Mas montar e operar um canal de TV exigia um investimento altíssimo na compra de produtos como:

  • Transmissores;
  • Retransmissores;
  • Câmeras;
  • Equipamentos de som;
  • Etc.

Porém, o empresário não tinha todo o capital necessário para fazer o investimento. Em 1962, ele tomaria uma decisão que mudaria o panorama da futura emissão. Tomou à frente e fechou dois acordos com o grupo norte-americano Time Life, polêmicos até os dias atuais.

Um acordo de assistência técnica, fornecendo todo o suporte necessário para montagem da estrutura de toda a emissora.

E de join-venture, na qual seriam parceiras na produção de programas. Para isso, o conglomerado estadunidense adiantou um aporte para investimentos em troca de 49% da sociedade e designou profissionais capacitados para auxiliar a Globo na parte técnica.

Porém, a lei brasileira impede o aporte ou a participação estrangeira em um veículo de imprensa nacional, fato que ocasionou em uma CPI em 1966 que deu parecer contrário à Globo.

No ano seguinte, o governo mudou a legislação sobre as concessões de telecomunicações, restringindo ainda mais aos empréstimos vindos de empresas do exterior, mas reconheceu a legalidade do contrato com a Time Life.

A join-venture nunca aconteceu, mas o ressarcimento do investimento inicial da empresa americana causou diversos problemas à emissora. Marinho precisou pegar um empréstimo em 1969 para encerrar o contrato de assistência técnica.

Por consequência, demitiu diversos profissionais indicados pelos americanos, dentre eles Walter Clark, que ajudou a planejar aquilo que seria o padrão Globo de qualidade, e substituir por José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni.

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A Globo durante a Ditadura Militar

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Créditos:metropoles.com

Com o dinheiro recebido pela Time Life, a emissora se equipou para inaugurar no dia 26 de abril de 1965 a TV Globo, no canal 4 do Rio de Janeiro. Mas o objetivo de Roberto Marinho era formar uma rede de Televisão.

Para isso, conseguiu concessões entre os anos de 1966 e 1972 nas principais cidades e regiões do Brasil na época. Assim, surgiram as cabeças de rede de:

  • São Paulo;
  • Minas Gerais;
  • Brasília;
  • E Recife, formando a TV Globo Nordeste.

Assim, nascia a Rede Globo de Televisão. Com grande projeção nacional, formando a primeira rede de emissoras que atingia milhões de brasileiros, tomou uma posição favorável ao Regime Militar.

Durante todo o período da ditadura, sua linha editorial era de noticiar as notícias que eram positivas ao governo da época e não retratar as perseguições e a crise econômica após o milagre econômico do começo dos anos 1970.

Mesmo com o fim da censura prévia, na administração Geisel, a emissora ainda estava alinhada aos militares, fato que só acabou com o fim do regime e a eleição indireta de 1985.

Em 2013, o Grupo Globo divulgou um texto em seu site e no periódico no qual assumia que o apoio ao golpe de 1964 foi um erro. O temor era que João Goulart implantasse o comunismo no país enquanto presidente na época.

Processo de redemocratização

Mesmo com a volta do processo democrático, a emissora se manteve próxima ao poder. 

Tancredo Neves faleceu antes de assumir, mas o governo de José Sarney teve grande apoio de Marinho, que conseguiu mais quatro concessões de canais e participou da indicação ou influenciou na escolha de ministros do Governo.

Na primeira eleição pelo voto popular, outra polêmica. A Globo apoiou o candidato Fernando Collor de Mello, com uma polêmica histórica no debate do segundo turno daquela eleição.

No resumo apresentado no Jornal Nacional, a edição foi altamente favorável a Collor, ajudando a influenciar os eleitores a votar no candidato, que estava disputando cabeça a cabeça com Lula.

Seu apoio se estendeu até 1992, quando começou o processo de impeachment, no qual a Globo abraçou a campanha feita pela população, cansada da crise econômica provocada pelos planos Collor.

Nas eleições seguintes, apoiou Fernando Henrique Cardoso. A partir de então, com a saída do comando da empresa, a emissora decidiu não apoiar mais publicamente candidatos à presidência da República.

Último ato

Roberto Marinho já convivia com problemas de saúde em seus últimos anos de vida, se afastando do convívio diário dos negócios. Faleceu em 06 de agosto de 2003, deixando o comando para os seus filhos:

  • Roberto Irineu;
  • João Roberto;
  • José Roberto.

Desde então, os filhos modernizaram a emissora, criando um Conselho de Administração e tornando suas operações mais antenadas ao funcionamento do mercado.

Em 2017, começaria o processo que modernizaria suas operações e implantaria políticas para redução de custos e novos investimentos em novos players, como o streaming.

Uma só Globo

Depois de quatro anos de mudanças, o projeto será concluído neste ano de 2021, no qual consolidaria como o Grupo Globo a junção de quatro players em uma só empresa:

  • A Rede Globo;
  • O Globoplay, plataforma de streaming;
  • G1, o portal de notícias;
  • GE, Globo Esporte.

Este processo resultou em demissões e rearranjos de pessoal. O principal impacto aconteceu no seu setor de dramaturgia, sediado nos Estúdios Globo, em Jacarepaguá, e na sua sede administrativa e escritório de jornalismo, no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro.

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Estúdios Globo

Com o nome inicial de Projac, foi inaugurado em 1995, como parte do aniversário dos 30 anos, iniciou suas atividades com a gravação da novela Explode Coração.

É um complexo de mais de 1 milhão de metros quadrados e considerado o maior parque de produção de conteúdo televisivo da América Latina.

Nos estúdios são gravadas as novelas, programas e reality shows que compõem todo o entretenimento da emissora. Em 2019, a Globo inaugurou um novo complexo de estúdios, mais modernos e com qualidade para gravação na tecnologia 4K.

Dramaturgia

Grande responsável pela expansão e a enorme audiência ao longo desses mais de 50 anos, a dramaturgia reserva obras clássicas que estão no coração dos brasileiros.

Desde a primeira novela exibida em 1966, são mais de 500 produções, entre novelas e minisséries, posicionando-a como uma das maiores produtoras e exportadoras de novelas do mundo.

Esporte

Desde 1970, com a transmissão da primeira Copa do Mundo pela TV, no México, a Globo está presente em todas as Copas, em parceria duradoura com a FIFA. 

Foi a primeira emissora a adquirir os direitos com exclusividade de um evento esportivo, as Olimpíadas de 1972.

Desde os anos 1970, com alguns intervalos, é a principal transmissora do futebol nacional, exibindo os principais campeonatos estaduais, nacionais, continentais e mundiais de futebol.

Expansão da Rede Globo

Da primeira emissora no Rio de Janeiro em 1965, a Globo se tornou a maior rede de televisão do país, estando presente em quase 5500 municípios do país, com cobertura de mais de 99,5% da população nacional.

Além das cinco emissoras próprias, são mais de 130 afiliadas em todo o território e presença no exterior com a Globo Internacional, transmitindo programação própria para os Estados Unidos, Europa, África, Oceania e Japão.

Além disso, está presente na TV por assinatura com a Globosat, a maior produtora e distribuidora de conteúdo para a tv por assinatura. São mais de 13 canais, além dos serviços do pay per view, como o Premiere, dedicado ao futebol nacional.

Alguns desses canais são próprios e outros são em parceria com produtoras internacionais, como:

  • Sportv;
  • GNT;
  • Multishow;
  • GloboNews;
  • Universal TV;
  • SyFy.
  • Viva;
  • Futura;
  • Etc.

Principais programas

Tanto no Jornalismo, quanto no esporte e entretenimento, os programas da Globo acompanham os brasileiros todos os dias, sendo líder isolado de audiência em todo o país na média diária, mesmo com a fuga ao longo dos anos para outros serviços, como a Netflix, Amazon Prime, entre outros.

No jornalismo, podemos destacar:

  • Jornal Nacional;
  • Jornal Hoje;
  • Fantástico.

No esporte, temos:

  • Campeonatos de Futebol;
  • Globo Esporte;
  • Esporte Espetacular.

O Entretenimento tem como destaque:

  • Domingão do Faustão;
  • Caldeirão do Huck;
  • Cassino do Chacrinha;
  • Mais Você;
  • Programa do Jô.

Os reality shows tem importância, destacando a Globo por produzir o primeiro programa deste nicho, o No Limite, em 2000. Mas o grande sucesso é o Big Brother Brasil, com quase 20 anos de exibição e 21 edições realizadas.

A história da Globo é cheia de sucesso, de polêmicas e demonstra como o sonho de Roberto Marinho de ter uma emissora de TV que influenciasse a sociedade se concretizou.

Mesmo despertando paixões e ódio, sendo criticado por suas posições, é uma empresa que preza pelo pragmatismo em suas ações, prezando por manter o seu padrão de qualidade que se tornou referência mundial na produção de conteúdo.

Seu foco para os próximos anos é se tornar uma emissora que acompanha a migração do público para a internet, sendo alvo dos principais investimentos com o Uma Só Globo.

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