Todo mundo sabe que o cartão amarelo é um aviso, e o vermelho, uma expulsão. Mas o que acontece entre esses dois extremos é, muitas vezes, um terreno nebuloso até para quem acompanha futebol há anos.
Jogador toma amarelo por tirar a camisa. Outro é expulso e ninguém entende o motivo. Torcida protesta, técnico reclama, comentarista discorda. Afinal, quando é falta comum, cartão amarelo ou expulsão direta?
Entender o que realmente justifica um cartão nem sempre é simples. O árbitro segue um conjunto de regras da FIFA, mas as interpretações variam conforme o contexto, o campeonato e até o estilo do juiz.
Por isso, reunimos aqui as 12 situações que mais causam dúvida — tanto em campo quanto na arquibancada — e explicamos, de forma clara, quando o cartão é justo e quando há espaço para discussão.
1. Mão na bola ou bola na mão?
Essa é clássica. A regra diz que nem toda bola que toca na mão do jogador é falta. O árbitro avalia se houve intenção, se o braço aumentou o “volume do corpo” ou se a mão estava em posição antinatural. Se o toque for acidental, dentro da própria área e não gerar um ataque imediato, normalmente não há cartão.
No entanto, se for uma tentativa clara de bloquear um chute ou cruzamento com o braço aberto, o amarelo é aplicado. Vermelho só em caso de impedir um gol com a mão deliberadamente — como o famoso lance de Suárez contra Gana na Copa de 2010.
2. Parar ataque promissor com falta
Quando um jogador puxa o adversário, faz uma “falta tática” ou intercepta um contra-ataque com falta leve, costuma receber amarelo.
O motivo é claro: interromper uma jogada que poderia evoluir. Mesmo sem violência, a punição é necessária para coibir esse tipo de estratégia. Se a falta ocorrer com força excessiva ou sem chance de disputa pela bola, o cartão pode ser vermelho direto.
3. Dois amarelos por reclamação
Sim, é possível tomar cartão por reclamar — e acontece mais do que deveria. A regra proíbe protestos acintosos ou gestos agressivos com a arbitragem. Se o jogador já tem amarelo e insiste na reclamação, o segundo cartão é inevitável. Vale lembrar: palavras ofensivas ou gestos desrespeitosos podem render vermelho direto, sem escalas.
4. Simulação de falta
Cair sem ter sido tocado pode gerar advertência. O árbitro precisa identificar se o jogador tentou enganar ou influenciar a marcação de uma penalidade. Quando há simulação clara, o amarelo é obrigatório. Se o lance for dentro da área e for caracterizado como tentativa de cavar pênalti, a revolta da torcida adversária é compreensível — mas o cartão está previsto na regra.
5. Tirar a camisa na comemoração
Pouca gente sabe, mas isso é regra antiga da FIFA. Tirar a camisa após um gol rende amarelo automático, mesmo que o jogador esteja sozinho ou a torcida adore a cena. A lógica é manter disciplina e evitar atrasos ou provocações. O problema surge quando o atleta já tem cartão. O segundo amarelo por um gesto desses pode parecer exagerado, mas é tecnicamente correto.
6. Entrada com sola
Essa é uma das que mais causam polêmica. Quando o jogador acerta a perna do adversário com a sola da chuteira, em velocidade e sem chance real de disputar a bola, a interpretação tende ao vermelho direto. Ainda que o contato não pareça grave à primeira vista, a regra considera o potencial de lesão.
Entradas com uso excessivo da força, por trás ou em alta velocidade, mesmo que na bola, também podem resultar em expulsão.
7. Impedir chance clara de gol
O famoso “impedir oportunidade clara de gol” é um dos fundamentos da arbitragem moderna. Se o zagueiro é o último homem e derruba o atacante em situação clara de gol, o vermelho é aplicado.
A exceção é se ele tenta jogar a bola e comete pênalti — nesse caso, pode ser só amarelo, dependendo do contexto (regra da “dupla punição”).
8. Demorar para repor a bola
Goleiros ou cobradores que exageram no tempo para bater tiros de meta, laterais ou escanteios podem ser advertidos. A chamada cera é uma infração disciplinar. Primeiro o árbitro avisa. Depois, aplica o amarelo. Em casos extremos de reincidência ou provocação, o vermelho também pode surgir.
9. Confronto físico entre jogadores
Empurrões, cabeçadas, tapas ou qualquer comportamento agressivo configuram conduta violenta. A regra é clara: atos que extrapolam a disputa de bola e demonstram agressividade deliberada devem ser punidos com vermelho. Se houver briga generalizada, o árbitro pode aplicar mais de uma expulsão, mesmo com o jogo parado.
10. Jogador que invade o campo após substituição
Entrar sem autorização do árbitro, mesmo com o jogo parado, é passível de amarelo. Se o jogador substituído demorar a sair, provocar ou retornar ao campo deliberadamente, também pode ser advertido. O cartão é uma forma de garantir ordem nas trocas, evitando perda de tempo e confusão.
11. Jogador que comete falta após o apito
Mesmo após a marcação da falta, o atleta pode ser advertido se der um chutão, impedir a cobrança rápida ou atrasar a bola de forma antidesportiva. Essas atitudes são consideradas como retardamento de reinício de jogo. O amarelo, nesses casos, é quase sempre aplicado, especialmente em partidas com clima mais tenso.
12. Lance revisado pelo VAR
O árbitro pode mudar a cor do cartão após revisão do VAR. O que parecia falta simples pode se revelar uma agressão. Ou um pênalti mal marcado pode ser corrigido. A revisão segue critérios objetivos, como uso excessivo da força, contato fora da bola, conduta violenta ou impedimento de chance clara de gol.
E sim: mesmo depois do apito final, o árbitro ainda pode aplicar cartões se for informado pelo VAR.
Nem sempre é tão óbvio, mas tudo fica mais claro se você tem conhecimento prévio
O cartão é uma linguagem universal do futebol, mas sua aplicação está longe de ser simples. São detalhes técnicos, contexto da jogada, posicionamento do árbitro, regulamentos da FIFA e até particularidades de cada competição. Saber o que está na regra ajuda a entender — e discutir com mais propriedade — por que certas decisões são tomadas em campo.
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