FGC: o que é e por que todo investidor precisa entender como ele funciona

Você sabia que existe um tipo de “seguro” para proteger seu dinheiro investido no banco caso ele vá à falência? Pois é, essa rede de segurança existe e pode te salvar de uma baita dor de cabeça financeira. E o melhor: ela já está funcionando para você — mesmo que você nunca tenha ouvido falar dela.
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FGC pode até parecer uma daquelas siglas que assustam de início, tipo “IRRF” ou “IPTU atrasado”, mas a verdade é que entender o que está por trás dessas três letrinhas pode ser o que vai salvar o seu dinheiro no futuro. Sim, estamos falando de proteção. De segurança. De um verdadeiro colete à prova de falência para seus investimentos.

Neste post, você vai entender de forma leve, direta e com exemplos o que é o FGC, como ele funciona, por que é tão importante para qualquer investidor (até os mais iniciantes!) e quais são os limites e cuidados que você deve ter. Então, se ajeita aí na cadeira e bora desvendar esse tal de FGC de uma vez por todas!

O que é o FGC, afinal?

FGC é a sigla para Fundo Garantidor de Créditos. Ele é, basicamente, uma espécie de “seguro” para alguns tipos de investimentos que você faz em instituições financeiras.

Sabe quando você empresta dinheiro para o banco comprando um CDB ou aplicando em uma LCI? Pois é: o banco pega esse dinheiro emprestado com você, promete pagar juros e devolver o valor aplicado dentro de um prazo. Mas e se ele quebrar no meio do caminho? Aí entra o FGC: ele garante que, mesmo que o banco vá à falência, você receba seu dinheiro de volta (dentro de certos limites, claro).

Exemplo real: imagine que você aplicou R$ 50 mil em um CDB de um banco médio. Um dia, acorda e descobre que esse banco faliu. Pânico, né? Mas aí vem o FGC e garante que você receberá esse valor de volta, mesmo que o banco não consiga honrar o pagamento. Alívio total!

Como o FGC funciona na prática?

O FGC é mantido pelas próprias instituições financeiras. Bancos, cooperativas de crédito e outras empresas do setor contribuem mensalmente com um valor proporcional ao volume de depósitos dos clientes. Esse “cofrinho coletivo” serve para cobrir o prejuízo dos investidores caso algo dê errado.

Mas atenção: nem todo investimento é coberto pelo FGC, e nem toda quantia. A garantia do FGC tem limites bem definidos — e entender isso é essencial para montar sua estratégia de investimento com consciência.

Quais investimentos são cobertos pelo FGC?

A cobertura do FGC abrange os seguintes produtos financeiros:

  • CDB (Certificado de Depósito Bancário)

  • LCI (Letra de Crédito Imobiliário)

  • LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)

  • LC (Letra de Câmbio)

  • Depósitos em conta corrente

  • Depósitos em poupança

  • RDB (Recibo de Depósito Bancário)

Ou seja, se você investe seu dinheiro nesses ativos emitidos por instituições participantes do FGC, está coberto.

Exemplo: digamos que você tenha uma LCI de R$ 100 mil em um banco. A LCI é um dos produtos protegidos pelo FGC. Então, se esse banco quebrar, você ainda recebe seu dinheiro de volta, dentro dos limites definidos.

E qual é o limite de cobertura do FGC?

O FGC cobre até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, por instituição financeira, com um teto global de R$ 1 milhão a cada período de quatro anos.

Vamos destrinchar isso para ficar claro com exemplos:

Exemplo 1:

Você investiu R$ 200 mil em um CDB no Banco A. O banco quebrou.
➡️ O FGC cobre os R$ 200 mil. Tudo certo.

Exemplo 2:

Você investiu R$ 300 mil no mesmo CDB no Banco A.
➡️ O FGC só cobre até R$ 250 mil. Os R$ 50 mil que ultrapassaram ficam de fora — ou seja, há risco.

Exemplo 3:

Você tem R$ 250 mil no Banco A, R$ 250 mil no Banco B, R$ 250 mil no Banco C e R$ 250 mil no Banco D.
➡️ Cada instituição cobre até R$ 250 mil, totalizando R$ 1 milhão.
➡️ Mas o limite global do FGC é R$ 1 milhão a cada 4 anos. Se todos esses bancos quebrarem ao mesmo tempo (cenário bem catastrófico, mas enfim), você está protegido até esse valor.

O que o FGC não cobre?

Importante saber o que não entra na proteção. O FGC não cobre:

  • Ações e fundos de ações

  • Fundos imobiliários (FIIs)

  • Tesouro Direto (sim, o Tesouro tem outro tipo de segurança, a do próprio governo)

  • Debêntures

  • CRI e CRA (Certificados de Recebíveis Imobiliários e do Agronegócio)

Ou seja: quando você investe em produtos como ações e fundos, está assumindo mais risco de mercado — e aí, não tem FGC para salvar.

FGC é o mesmo que Tesouro Direto?

Não. Muita gente confunde as coisas.

O Tesouro Direto tem garantia do próprio Governo Federal. Já o FGC é voltado para investimentos feitos junto a bancos e instituições financeiras privadas. Ambos são considerados seguros, mas são mecanismos diferentes.

Exemplo prático:
Se você investe em Tesouro Selic e o banco onde comprou quebra, você não perde seu dinheiro, porque a operação é registrada no seu CPF e a garantia é do governo.
Já se você investe em um CDB e o banco quebra, aí sim o FGC entra em ação — desde que esteja dentro do limite de cobertura.

Vale a pena investir só em produtos com FGC?

Depende do seu perfil de investidor.

Se você está começando agora e ainda não quer correr muitos riscos, sim, produtos com FGC são ótimos pontos de partida. São mais seguros, oferecem retornos melhores que a poupança (na maioria das vezes) e permitem que você durma tranquilo.

Mas com o tempo, é natural querer diversificar. Isso inclui correr alguns riscos maiores em busca de retornos mais altos — como ações, fundos e outros ativos que não têm a proteção do FGC. A ideia é equilibrar segurança e rentabilidade.

Dicas para usar o FGC a seu favor

Agora que você já entendeu como o FGC funciona, aqui vão algumas dicas práticas para aproveitar ao máximo essa proteção:

1. Divida o investimento entre instituições

Se você tem mais de R$ 250 mil para investir em renda fixa, prefira dividir esse valor em diferentes bancos. Assim, você fica protegido em cada um deles individualmente.

Exemplo: R$ 100 mil no Banco A, R$ 150 mil no Banco B e R$ 250 mil no Banco C. Total: R$ 500 mil totalmente cobertos pelo FGC.

2. Verifique se a instituição participa do FGC

Antes de investir, confirme se o banco é associado ao FGC. A maioria dos bancos brasileiros é, mas não custa checar. O site oficial do FGC traz a lista completa das instituições participantes.

3. Cuidado com o excesso de confiança

Mesmo com a garantia, evite investir tudo em um banco só, principalmente os menores, que costumam oferecer taxas mais altas para atrair investidores. O FGC cobre até R$ 250 mil — o que passar disso pode virar dor de cabeça.

O que acontece se o banco quebrar mesmo?

Bom, ninguém gosta de pensar nisso, mas é importante saber.

Se a instituição financeira quebra, o processo de reembolso pelo FGC acontece em algumas etapas:

  1. O Banco Central decreta a intervenção ou liquidação da instituição.

  2. O FGC é acionado automaticamente.

  3. O investidor recebe orientações para resgatar o valor coberto.

  4. O pagamento geralmente ocorre em até 7 dias úteis após a confirmação da documentação.

Você não precisa “pedir o dinheiro de volta” nem correr atrás de advogado. O próprio FGC cuida disso, desde que seu investimento esteja dentro das regras.

E se eu tiver conta conjunta?

Boa pergunta. No caso de contas conjuntas com movimentação solidária (ou seja, qualquer um dos titulares pode movimentar), o valor é dividido igualmente entre os titulares para fins de cálculo da cobertura.

Exemplo: se você e sua parceira têm R$ 400 mil aplicados em um CDB conjunto, cada um terá direito a R$ 200 mil. Ambos estão cobertos pelo FGC.

FGC é confiável mesmo?

Sim. O FGC existe desde 1995 e já atuou em diversas situações reais para proteger o patrimônio dos investidores. Ele é administrado por uma entidade privada, sem fins lucrativos, mas com forte regulação e supervisão do Banco Central.

É um dos pilares de confiança do sistema financeiro brasileiro. Inclusive, em cenários de crise, saber que o FGC existe é o que impede uma corrida bancária — aquele fenômeno em que todo mundo tenta sacar dinheiro ao mesmo tempo.

FGC é seu escudo invisível no mundo dos investimentos!

Sabe aquele ditado de que “o seguro morreu de velho”? Pois é. O FGC é o tipo de segurança que você espera nunca usar, mas que é ótimo saber que está ali se algo der errado. Ele é parte fundamental da jornada de qualquer investidor, especialmente nos primeiros passos.

Então, da próxima vez que você estiver escolhendo um CDB ou uma LCI, lembre-se de olhar mais do que só os juros. Veja se o produto tem cobertura do FGC, qual é o banco emissor, e se o valor investido está dentro dos limites de proteção.

Investir com consciência é tão importante quanto buscar bons rendimentos — e conhecer o FGC é um passo essencial nessa missão.

Confira também: Tipos de investimentos: guia completo para iniciantes (com exemplos)

por Bárbara Pontelli | 28/06/2025 | Investimentos

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