Se você começou a explorar o universo das finanças e se viu perdido com tantas abreviaturas expressões sobre investimentos, pode respirar fundo. É normal parecer que todo mundo nesse mercado fala uma língua própria, cheia de códigos secretos. Mas a boa notícia é que você não precisa virar um analista da Bolsa pra entender esse vocabulário. Com um pouco de prática (e com a ajudinha deste post), tudo vai fazer sentido rapidinho.
A gente separou aqui as principais siglas, expressões e abreviações que você vai encontrar nesse mundão de investimentos. Tudo explicadinho, com exemplos e um papo leve, pra você não travar mais quando ouvir um “meu CDI rendeu mais que o IPCA” ou “esse ETF tá performando legal”.
Bora lá?
O básico que todo investidor precisa entender
CDI – Certificado de Depósito Interbancário
Começamos por uma das siglas mais faladas no mercado: CDI. Mas o que é isso, afinal?
O CDI é uma taxa que os bancos usam quando emprestam dinheiro entre si. Pra você, investidor, ele funciona como uma espécie de referência. Muita coisa rende “x% do CDI”. Ou seja, ele ajuda a medir se seu investimento está rendendo bem ou mal em relação ao padrão do mercado.
Exemplo prático:
Um CDB que promete 110% do CDI vai render mais que um que paga 95% do CDI. Então, sempre bom ficar de olho nesse número.
Confira também: O que é CDB e CDI: entenda como esses investimentos funcionam
CDB – Certificado de Depósito Bancário
Falando nele: o CDB é um dos investimentos mais populares do Brasil. É como se você emprestasse dinheiro para um banco, e ele te devolvesse depois com juros.
Exemplo prático:
Você investe R$ 1.000 num CDB com rendimento de 110% do CDI por um ano. No fim, recebe seu dinheiro de volta com lucro.
IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo
Esse aqui é o medidor oficial da inflação no Brasil. Sempre que você escutar que “a inflação subiu”, é o IPCA que está sendo mencionado.
Exemplo prático:
Se um título promete IPCA + 5%, quer dizer que ele vai render a inflação do período mais 5% ao ano. Legal, né?
Siglas que aparecem nos títulos de investimentos
LCI e LCA – Letra de Crédito Imobiliário e do Agronegócio
Essas duas siglas indicam investimentos isentos de Imposto de Renda. E isso já é um baita atrativo!
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LCI é voltada para o setor imobiliário.
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LCA é para o agronegócio.
Exemplo prático:
Você coloca R$ 5.000 numa LCI com vencimento de dois anos. No fim do período, recebe seu dinheiro com juros e sem pagar nenhum centavo de imposto.
Tesouro IPCA e Tesouro Selic
O Tesouro Direto é um programa do governo para você investir em títulos públicos. Existem vários tipos, mas os dois mais famosos são:
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Tesouro IPCA: protege contra a inflação.
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Tesouro Selic: acompanha a taxa básica de juros, a Selic.
Exemplo prático:
Se você é iniciante e quer algo com segurança e liquidez, o Tesouro Selic é uma boa porta de entrada.
Confira também: CDB ou Tesouro Direto? Saiba como escolher
Termos do dia a dia do investidor
Renda fixa x Renda variável
Essa é uma das divisões mais importantes:
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Renda fixa: você já sabe (mais ou menos) quanto vai ganhar. Ex: CDB, LCI, Tesouro Direto.
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Renda variável: o lucro depende do mercado. Ex: ações, fundos imobiliários.
Exemplo prático:
Investir em ações da Petrobras é renda variável. Já aplicar no Tesouro Selic é renda fixa.
Diversificação
É o famoso “não coloque todos os ovos na mesma cesta”. Em vez de investir tudo num lugar só, você espalha seu dinheiro em diferentes ativos. Isso diminui riscos.
Exemplo prático:
Em vez de colocar todo seu dinheiro num único CDB, você divide entre CDB, ações, um fundo de renda fixa e Tesouro IPCA.
Liquidez
Liquidez é a facilidade com que você consegue transformar seu investimento em dinheiro de volta na sua conta. Quanto maior a liquidez, mais rápido e fácil você resgata.
Exemplo prático:
Tesouro Selic tem liquidez diária – você pode sacar praticamente quando quiser. Já um CDB de 2 anos pode só liberar o dinheiro no final desse prazo.
Siglas da Bolsa de Valores
B3
A B3 é a bolsa de valores do Brasil. O nome completo é meio grandão: Brasil, Bolsa, Balcão. Mas pode chamar de B3 mesmo.
É lá que rolam as negociações de ações, fundos imobiliários e outros ativos.
IBOV ou Ibovespa
É o principal índice da B3. Ele mostra o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa. Se o Ibovespa subiu, é sinal de que as ações, no geral, tiveram um bom dia.
Exemplo prático:
Você vê no noticiário: “Ibovespa fecha em alta de 2%”. Significa que, em média, as ações mais importantes da bolsa subiram.
O glossário dos investidores raiz
IPO – Initial Public Offering
Esse é o nome chique da estreia de uma empresa na Bolsa. Quando uma empresa faz um IPO, ela começa a vender ações para o público.
Exemplo prático:
A empresa XPTO fez IPO em 2021. Quem comprou as ações na estreia, virou sócio dela.
Dividendos
É a parte do lucro que uma empresa distribui para os acionistas. Se você tem ações de uma empresa que dá lucro, pode receber dividendos.
Exemplo prático:
Você tem 100 ações da Empresa ABC e ela distribui R$ 1,00 por ação em dividendos. Você recebe R$ 100 na sua conta.
Buy and Hold
É a estratégia de “comprar e segurar”. Você escolhe boas empresas, compra ações e fica com elas por muitos anos, apostando na valorização no longo prazo.
Exemplo prático:
Quem comprou ações da Magazine Luiza lá em 2015 e segurou até 2020, viu um crescimento enorme no valor delas.
Outras expressões que você vai ouvir muito
Bull Market e Bear Market
Essas expressões vêm do inglês e têm tudo a ver com o comportamento do mercado.
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Bull Market (mercado de touro): quando os preços estão subindo.
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Bear Market (mercado de urso): quando os preços estão caindo.
Exemplo prático:
Se o mercado está otimista, com ações em alta, estamos num bull market.
Stop Loss e Stop Gain
Ferramentas pra controlar perdas e ganhos automaticamente.
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Stop Loss: define um limite de perda. Se a ação cair demais, ela é vendida automaticamente.
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Stop Gain: define um limite de lucro. Se a ação subir até o ponto desejado, também é vendida.
Exemplo prático:
Você compra uma ação a R$ 10 e define um stop loss em R$ 8. Se ela cair até esse valor, é vendida, evitando perdas maiores.
Alocação de ativos
É a forma como você distribui seus investimentos entre diferentes categorias: renda fixa, ações, fundos, etc.
Exemplo prático:
Uma alocação equilibrada pode ser: 50% em renda fixa, 30% em ações e 20% em fundos imobiliários.
Um pouco de inglês no meio
Não tem como fugir: o mercado financeiro adora um inglês. Veja alguns dos mais usados:
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Return on Investment (ROI): Retorno sobre o investimento.
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Price to Earnings (P/E): Relação preço/lucro das ações.
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Holdings: os ativos que fazem parte de uma carteira.
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Benchmark: um índice de referência pra comparar o desempenho do seu investimento.
E os fundos?
FII – Fundo de Investimento Imobiliário
Com os FIIs, você investe em imóveis sem precisar comprar um apartamento. Eles pagam aluguéis mensais e são negociados como ações.
Exemplo prático:
Você compra cotas de um FII que tem galpões logísticos alugados pra grandes empresas. Todo mês, recebe uma parte do aluguel.
ETF – Exchange Traded Fund
Os ETFs são fundos que replicam índices da Bolsa, como o Ibovespa. São uma forma prática de diversificar com um só investimento.
Exemplo prático:
Se você compra o ETF BOVA11, está investindo automaticamente nas maiores empresas da bolsa brasileira.
Pra fechar: vale mesmo aprender tudo isso?
Sim, e por um motivo simples: o conhecimento dá poder de escolha. Entender as abreviaturas expressões sobre investimentos ajuda você a decidir onde colocar seu dinheiro com mais segurança e estratégia.
Você não precisa decorar tudo de uma vez, mas quanto mais você se familiariza com esse vocabulário, mais confortável se sente para explorar as oportunidades do mercado. Comece aos poucos, vá testando, simulando, estudando. Quando você menos esperar, vai estar falando em CDI, IPCA, ETF e FII como se fosse um nativo do “financês”.
Ah, e lembre-se: investir não é só pra quem tem muito dinheiro, não. É pra quem tem objetivos e quer ver o dinheiro crescer com consciência. Então bora tirar os planos do papel?
Aproveite e confira também: Tipos de investimentos: guia completo para iniciantes (com exemplos)