Como montar sua análise pós-jogo: roteiro em 6 perguntas

Fazer uma boa análise pós-jogo não é coisa só de comentarista esportivo. Com as perguntas certas, qualquer torcedor pode entender o que aconteceu em campo e construir uma leitura mais profunda do jogo. Neste roteiro, você vai vr como começar — e nunca mais assistir futebol do mesmo jeito!
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Toda partida termina no apito final, mas o jogo segue na cabeça de quem assiste com atenção. Quem gosta de futebol não se contenta apenas com o resultado: quer entender por que o time ganhou ou perdeu, o que funcionou, o que faltou, quem se destacou e onde tudo começou a dar errado. 

A análise pós-jogo é o momento em que a emoção dá espaço para o raciocínio — e, com as perguntas certas, até uma pelada de quarta à noite pode render um bom debate.

Você não precisa ser jornalista esportivo para fazer uma leitura inteligente da partida. Basta um olhar mais atento, uma estrutura simples e disposição para pensar além do placar. 

Pensando nisso, organizamos um roteiro com 6 perguntas que ajudam qualquer torcedor a construir uma análise coerente, seja para compartilhar nas redes sociais, debater com amigos ou até guardar como referência de evolução do time ao longo do campeonato.

Vamos nessa?

1. O que o time tentou fazer?

A primeira pergunta não é sobre o que deu certo ou errado, mas sobre a proposta de jogo. Qual era a intenção? O time entrou em campo para dominar a posse ou explorar o contra-ataque? A marcação era alta ou mais recuada? O plano de jogo ficou claro desde o começo ou parecia confuso?

Observar a ideia por trás das ações é essencial para não cair em análises rasas. Por exemplo, um time pode perder a posse com frequência não por desorganização, mas por estratégia: ao atrair o adversário e buscar espaços às costas. Sem entender o plano, fica difícil avaliar o desempenho com justiça.

Dica: observe a movimentação sem a bola, a postura defensiva e o posicionamento dos jogadores na saída de bola. Isso revela muito mais sobre a proposta do que o número de finalizações.

2. O que funcionou (ou quase)?

Nem sempre o time precisa vencer para que algo tenha funcionado. Às vezes, a ideia foi bem executada, mas esbarrou em erros pontuais ou em uma atuação inspirada do goleiro adversário. O importante aqui é identificar quais aspectos do plano deram certo.

Isso pode envolver a compactação defensiva, a criação de superioridade numérica em determinados setores, a fluidez entre meio e ataque ou até uma troca específica de posições que confundiu a marcação adversária.

Se você notar que o time conseguiu criar chances, neutralizar pontos fortes do rival ou controlar o ritmo da partida por bons minutos, vale destacar isso. A análise pós-jogo não é só um tribunal de julgamento — ela também aponta evoluções.

3. Onde surgiram os problemas?

Agora sim, hora de encarar os tropeços. Quais foram os principais gargalos? O time teve dificuldade para sair jogando? Sofreu com bolas nas costas dos laterais? Perdeu o meio de campo? Jogadores estavam espaçados demais? Faltou coordenação na hora de pressionar?

Evite atribuir tudo à “falta de vontade” ou “desatenção”. Erros normalmente têm contexto: pode ter faltado cobertura, sincronia, comunicação ou até ajustes táticos. Tente identificar os padrões: o mesmo problema apareceu mais de uma vez? O adversário soube explorar isso?

Esse tipo de leitura ajuda a entender que a derrota, muitas vezes, não é fruto de um único erro, mas de pequenos desequilíbrios que foram se acumulando. Ao perceber isso, a crítica ganha profundidade.

4. Quem mudou o jogo?

Toda partida tem personagens centrais. E nem sempre são os autores dos gols. Às vezes, é aquele volante que recuperou dez bolas sem chamar atenção, o zagueiro que organizou a linha defensiva com calma ou o atacante que bagunçou a marcação mesmo sem finalizar.

Perguntar “quem mudou o jogo” é uma forma de ir além do óbvio. Um jogador pode ter alterado o rumo da partida com uma jogada específica, uma leitura de espaço ou até com um passe que iniciou uma jogada de perigo.

E não estamos falando apenas de quem fez algo bom. Um erro grave, uma expulsão, uma falta boba ou uma má leitura também mudam o jogo. O importante é identificar esses momentos-chave e quem esteve envolvido neles.

5. O técnico leu bem a partida?

Aqui entramos numa camada mais estratégica. O treinador conseguiu interpretar o jogo em andamento? As substituições fizeram sentido? Ele corrigiu os erros do primeiro tempo ou manteve as mesmas falhas até o fim?

Nem sempre é fácil responder a essas perguntas, especialmente sem ouvir as coletivas ou saber de lesões. Mas é possível observar algumas pistas: a equipe melhorou após as trocas? O time ganhou mais volume, velocidade ou presença na área?

A análise pós-jogo também passa por essa leitura das decisões técnicas. Um bom exemplo é quando um treinador muda o esquema tático ao longo da partida e consegue virar o cenário — como ao trocar um 4-3-3 por um 3-5-2 para ocupar o meio. Esse tipo de movimento vale ser destacado.

6. O que esse jogo revelou sobre o time?

Essa é uma pergunta mais ampla, que ajuda a fechar a análise com profundidade. O que essa partida mostrou sobre o momento da equipe? O time está evoluindo? Repetiu velhos erros? Mostrou maturidade? Falta repertório? Está com confiança?

Essa leitura ajuda a contextualizar o jogo dentro do campeonato, da temporada ou do trabalho do técnico. Uma boa atuação contra um rival direto pode sinalizar uma virada de chave. Já uma derrota apática pode indicar desgaste emocional ou falta de soluções.

Exemplo: se o time teve 70% de posse de bola, mas não conseguiu finalizar dentro da área, talvez o problema não seja físico, mas criativo. E se o time jogou bem e mesmo assim perdeu, vale observar a resiliência — isso conta muito no médio prazo.

Um passo além: comparação entre análises

Com o tempo, quem registra essas observações começa a enxergar padrões. A equipe melhora com determinado jogador em campo? Sofre mais quando sai atrás no placar? Costuma fazer bons primeiros tempos, mas cair na segunda etapa?

Esse tipo de comparação torna a análise mais rica. Por isso, anotar suas respostas para cada pergunta após os jogos pode ajudar a formar um banco de dados particular. Com ele, você não só acompanha o desempenho, como desenvolve um olhar mais crítico sobre futebol.

E isso vale também para quem joga: seja em campeonatos amadores, peladas ou ligas escolares. Entender o jogo é um caminho para jogar melhor.

O torcedor que observa vira referência!

Analisar uma partida não é só apontar falhas ou elogiar jogadas. É entender o jogo como uma narrativa — com intenção, conflito, personagens e consequências. Quem domina esse olhar se torna um torcedor mais consciente. E, com o tempo, referência nas rodas de conversa.

Você pode começar respondendo a essas seis perguntas, mas logo vai perceber que o seu olhar se expande. Vai querer rever lances, observar sem a bola, comparar esquemas táticos, seguir treinadores. E isso é parte do charme de quem leva o jogo a sério — mesmo do sofá.

Aliás, se você quiser acompanhar os jogos ao vivo, com estatísticas em tempo real e tudo o que precisa para fazer uma boa análise, o app Favscore Futebol Ao Vivo é a melhor opção. 

Com ele, você tem acesso gratuito às partidas e pode montar sua análise sem perder nenhum detalhe. Aproveite e boa diversão!

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Escrito por
Analista de Conteúdo Pleno
Bárbara Pontelli Monteiro possui mais de 5 anos de experiência com redação SEO e escrita criativa. Tem licenciatura em Letras, bacharelado e licenciatura em História e MBA em Marketing Digital. Escreve também para a Editora Globo e tem passagens por grandes agências do mercado.
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