Empresas & Negócios

Saraiva: peça seu cartão e encontre os melhores livros

14/04/2024

A Saraiva é uma das principais redes de livraria do Brasil, que foi criada em 1914 pelo imigrante de Portugal Joaquim Inácio da Fonseca Saraiva.

A primeira loja foi aberta em São Paulo, no centro da cidade e desde então, se tornou uma das maiores livrarias do país.

No ano de 2008, a empresa comprou a Livraria Siciliano e com isso, passou a dominar cerca de 20% do mercado de livros no Brasil.

A primeira sede da livraria oi instalada no Largo do Ouvidor, que ficava perto da Faculdade de Direito, e se chamava Livraria Acadêmica.

Depois disso, mais 18 unidades foram criadas e se espalhou pelo restante do país.

No começo da história da empresa, as primeiras lojas foram abertas em praças e também em shoppings, que ficavam espalhadas por diversas cidades.

Foi então que o nome se espalhou e a marca passou a ser atribuída aos mais diversos livros que podia se imaginar.

Quando o proprietário resolveu comprar a livraria Siciliano, o negócio aconteceu através da compra do total de ações da empresa.

O gasto foi em torno de R$ 60 milhões e aumentou o número de lojas espalhadas pelo país.

Tudo que fazia parte da rede Siciliano, agora também era da Saraiva.

A mega Store da livraria se torno uma das maiores redes de lojas especializadas em oferecer uma das maiores variedades de livros importados e nacionais aos seus clientes, assim como aparelhos eletrônicos, CDs e DVDs, games, programas de computador, papelaria e revistas.

Com toda a crise que se estabeleceu nos últimos anos, e o fechamento de diversas lojas da livraria, em 2018, a Saraiva também precisou fazer um pedido para recuperação judicial.

Nesse momento da história da empresa, a marca mantinha uma dívida de cerca de R$ 647 milhões e com isso, fechou quase 20 lojas em todo o país.

Com isso, um pedido de recuperação judicial foi feito para tentar quitar a dívida e manter a Saraiva e Siciliano S/A ainda em aberto, junto da Saraiva Livreiros S/A, longe da vara de falências do Foro Central.

O pedido foi concedido só no final do ano de 2018, e a ideia era que a empresa tivesse seu plano de recuperação judicial iniciado, com os credores apoiando a ideia em uma Assembleia Geral que aconteceu em 2019.

Uma reorganização que previa uma nova estruturação da empresa, passou a adotar novos processos de gerenciamento, contando inclusive com uma reestruturação passiva para realizar acordos com quem precisasse.

Durante alguns períodos recentes a Saraiva esteve envolvida em polêmicas, principalmente com relação a outra empresa multimilionária, a Amazon no Brasil.

Em uma reportagem feita pela Istoé Dinheiro, a livraria esteve usando contatos com editoras para dificultar que a empresa americana entrasse na área.

O que vazou como informação foi de que a Saraiva estava fazendo alguma ameaças relacionadas a comércios e editoras, para que não fizessem acordos com a empresa estrangeira.

Embora o representante e CEO da época negue essas acusações, na época esse foi um escândalo que realmente chocou algumas pessoas e representantes de outros negócios de mesmo nicho.

Ultimamente durante a pandemia, a rede de livros fechou mais lojas ainda, cerca de 36 pontos encerraram suas atividades, e o responsável por essa tomada de decisão, se deu principalmente pelo acordo de recuperação judicial que foi feito.

E com isso, como muitas das filiais foram fechadas, as atividades em outras empresas ainda abertas também sofreram alterações.

De acordo com dados levantados, cerca de 50% da rede foi fechada, somando o total de 73 livrarias durante o primeiro ano da pandemia, em 2020.

Em contra partida, neste ano em 2021, o prejuízo da empresa já está próximo dos R$ 5 milhões e deve aumentar ainda mais até o final do ano.

Mesmo estando com o caixa negativo, o déficit da empresa já beira os 36% em relação ao ano antes da pandemia, que embora já estava com dívida, ela chegava aos R$ 13 milhões.

O processo de recuperação que a empresa em enfrentado, tem o intuito de tentar quitar as dívidas que no total estão quase chegando aos R$ 300 milhões.

No último balanço que foi divulgado, a empresa está bem próxima de ter que declarar falência e por isso a situação é crítica.

Com a pandemia e a Covid-9 instalada no país a situação não ficou mais fácil.

A rede sofreu ainda mais economicamente, e agora a Saraiva e também a Livraria Cultura estão passando por situações bem parecidas, como é o caso dos faturamentos e da queda de vendas que levou a fechar mais lojas ainda.