Marcas e patentes: o que são, quando fazer e custo

Marcas e patentes são muito mais que burocracia: são ferramentas de proteção e estratégia para qualquer negócio. Descubra o que são, quando registrar e quanto custa. Evite perder tempo e dinheiro por falta de informação e garanta exclusividade.
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Marcas e patentes são temas que todo empreendedor, inventor ou criador já ouviu falar, mas que ainda geram muitas dúvidas. Afinal, será que é a mesma coisa? Preciso registrar os dois? É caro? Vale mesmo a pena?

Essas perguntas aparecem em rodas de conversa de empreendedores iniciantes, em grupos de networking e até no famoso “café da firma”.

Vamos descomplicar esse assunto de um jeito simples, direto e cheio de exemplos práticos, para que você entenda como proteger suas ideias e, principalmente, quando e como isso deve ser feito!

O que são marcas e patentes?

Antes de mais nada, precisamos separar as coisas. Muita gente usa “marcas e patentes” como se fossem sinônimos, mas não são.

O que é marca?

Marca é o nome, símbolo, logotipo ou combinação de elementos que identificam um produto, serviço ou empresa. Pense no swoosh da Nike, no M dourado do McDonald’s ou até no barulho inconfundível da vinheta da Netflix. Tudo isso são formas de marca.

No Brasil, o registro é feito no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Ao registrar sua marca, você garante exclusividade de uso dentro do seu segmento. Por exemplo: se você tem uma pizzaria chamada “Forno do Zé”, ninguém poderá abrir outra pizzaria com esse mesmo nome. Mas calma: uma oficina mecânica poderia, porque os segmentos não se confundem.

E a patente?

A patente, por outro lado, protege invenções e modelos de utilidade. Ou seja, quando você cria algo novo que pode ser industrializado. Pense na invenção do telefone por Graham Bell ou, trazendo para o Brasil, na famosa máquina de fazer brigadeiro em escala industrial. Isso é patente.

Existem dois tipos principais:

  • Patente de invenção: algo completamente novo.

  • Modelo de utilidade: uma melhoria em algo que já existe.

Então, enquanto a marca protege a identidade do negócio, a patente protege a inovação em si.

Quando registrar marcas e patentes?

Aqui está a pergunta de um milhão: em que momento faz sentido correr atrás disso?

No caso da marca

Registrar a marca deve ser um dos primeiros passos ao abrir um negócio. Por quê? Porque nada mais frustrante do que investir em publicidade, conquistar clientes e, depois, descobrir que não pode mais usar o nome que escolheu. Isso acontece mais do que você imagina!

Exemplo prático: imagine que você cria uma hamburgueria chamada “Hamburguer do Rei”. Depois de um ano bombando no bairro, chega uma notificação dizendo que já existe uma marca registrada parecida, e você terá que mudar o nome. Além de confusão para os clientes, você perde dinheiro com cardápios, embalagens e até fachada.

No caso da patente

Já as patentes não precisam ser registradas antes de começar o negócio, mas sim antes de divulgar publicamente a sua invenção. Se você inventou uma máquina revolucionária para dobrar roupas sozinha (sonho de muita gente, não é?), não pode sair mostrando por aí sem antes proteger a ideia. Alguém pode simplesmente copiar, registrar e deixar você de fora.

Quanto custa registrar marcas e patentes?

Muita gente acha que é um investimento altíssimo, mas a verdade é que varia bastante.

Custos de registro de marca

No Brasil, o valor para pessoa física, MEI ou pequena empresa gira em torno de R$ 142,00 (via taxa reduzida). Para empresas maiores, pode passar de R$ 355,00. Além disso, há honorários de profissionais ou escritórios especializados, caso você não queira lidar sozinho com o processo no INPI.

O registro vale por 10 anos e pode ser renovado. Na prática, é um custo baixo se comparado à segurança que oferece.

Custos de patente

Aqui o investimento é maior. O depósito da patente começa em torno de R$ 70 a R$ 175 para pessoa física, MEI ou pequena empresa, mas o processo é longo, envolve relatórios técnicos e pode se estender por anos. Também há taxas anuais de manutenção.

Se você contrata especialistas, o valor pode facilmente passar de alguns milhares de reais. Porém, se a sua invenção tem potencial de mercado, esse custo é pequeno perto do retorno.

Exemplos práticos: marcas e patentes na vida real

  • Marca: pense no “O Boticário”. O nome, o logotipo, a tipografia usada nas embalagens… tudo registrado como marca.

  • Patente: já os frascos diferenciados, com válvulas e sistemas inovadores de aplicação de perfume, podem estar protegidos como patentes ou modelos de utilidade.

  • Mistura dos dois: a Coca-Cola é o exemplo clássico. A marca é registrada, o formato da garrafa é patenteado e até a fórmula do refrigerante é segredo industrial (ou seja, não está patenteado, justamente para não precisar ser divulgado).

Passo a passo para registrar

Marca

  1. Pesquisa de anterioridade: veja se já existe registro parecido no INPI.

  2. Pedido de registro: feito no site do INPI, pagando a taxa.

  3. Acompanhamento: o processo pode demorar meses ou anos, então é preciso acompanhar publicações na RPI (Revista da Propriedade Industrial).

  4. Concessão: se tudo der certo, você terá exclusividade no uso da marca no seu segmento.

Patente

  1. Pesquisa: verificar se a ideia já existe.

  2. Depósito do pedido: apresentação detalhada com relatórios técnicos.

  3. Exame técnico: o INPI analisa a novidade, aplicação industrial e atividade inventiva.

  4. Concessão: se aprovada, a patente vale por 20 anos (invenção) ou 15 anos (modelo de utilidade).

Marcas e patentes e a competitividade no mercado

Registrar sua marca ou patente não é só burocracia, é estratégia. Isso porque, no mundo dos negócios, quem tem registro tem poder.

Exemplo: imagine que você cria um aplicativo inovador de delivery de flores. Sem registro de marca, um concorrente pode copiar o nome, confundir os clientes e ainda se beneficiar da sua publicidade. Com a patente, você garante que ninguém copie a funcionalidade exclusiva que criou.

É uma forma de transformar inovação em patrimônio e de dar segurança para investidores. Nenhum investidor sério coloca dinheiro em uma startup que não protegeu suas ideias.

Vale a pena fazer sozinho ou contratar especialista?

Dá para registrar sozinho, sim. O site do INPI é aberto e qualquer pessoa pode seguir o passo a passo. Mas, na prática, muitos empreendedores contratam advogados especializados ou escritórios de propriedade intelectual. Isso porque o processo é cheio de detalhes técnicos, especialmente no caso das patentes.

É como reformar a casa: você pode até tentar sozinho, mas ter um arquiteto ajuda a evitar dor de cabeça.

Marcas e patentes: investimentos diferentes e garantias de proteção

No fim das contas, marcas e patentes são investimentos em segurança e estratégia de negócios. A marca protege a identidade, enquanto a patente protege a inovação.

Registrar não é luxo, é necessidade. Seja você um MEI que abriu uma doceria ou um inventor que criou uma nova tecnologia, cuidar da propriedade intelectual é garantir que ninguém se aproveite da sua criatividade e esforço.

Não é apenas burocracia: é proteger o que você criou com tanto carinho. E no mercado competitivo de hoje, isso faz toda a diferença!

Perguntas frequentes (FAQ) sobre marcas e patentes

1. Marcas e patentes são a mesma coisa?
Não. Marca protege identidade (nome, logo, símbolo). Patente protege invenções e modelos de utilidade.

2. Quanto tempo demora o processo de registro?
Marca: em média 1 a 2 anos.
Patente: pode demorar mais de 5 anos.

3. Preciso registrar minha marca mesmo sendo MEI?
Sim. O tamanho da empresa não importa. O registro garante exclusividade de uso.

4. Se eu não registrar, alguém pode usar meu nome?
Pode, sim. E se a outra pessoa registrar antes, você pode até ser impedido de usar.

5. Vale a pena registrar patente no Brasil?
Depende do potencial comercial da invenção. Se sua ideia tem mercado e pode gerar lucro, vale.

6. Posso registrar apenas a logomarca sem o nome?
Pode registrar apenas o símbolo gráfico, apenas o nome ou a combinação dos dois.

7. A patente protege em outros países também?
Não. O registro vale apenas no país em que foi feito. Existe o PCT (Tratado de Cooperação em Matéria de Patentes) para pedidos internacionais.

8. Posso perder minha marca registrada?
Sim, se você não usar ou se deixar de pagar a renovação.

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por Bárbara Pontelli | 11/09/2025