Se você está envolvido minimamente no universo das startups, já deve ter ouvido o termo investidor anjo por aí. E não, ele não tem asas nem desce do céu com uma harpa na mão – embora, para muitos empreendedores, a chegada de um investidor anjo na trajetória do negócio realmente pareça um milagre.
Mas afinal, quem é esse tal de anjo? O que ele faz, como age, por que investe? E, principalmente, será que você também pode ser um?
No conteúdo de hoje, vamos explicar tudo isso de um jeito simples, direto e sem aquele economês que dá sono. Vamos descomplicar o papel do investidor anjo e mostrar como ele pode ser decisivo na vida de uma empresa nascente.
Então pega um café, senta aí e vem entender por que esses “anjos” fazem tanta diferença no mundo dos negócios!
O que é um investidor anjo?
Um investidor anjo é, basicamente, uma pessoa física que decide investir parte do seu dinheiro em negócios nascentes, geralmente startups, em troca de uma participação na empresa.
Mas diferente de um banco, que só empresta dinheiro e cobra juros, o anjo está mais interessado no potencial de crescimento da empresa e nos lucros futuros.
Esse tipo de investidor costuma ter experiência no mercado, conexões valiosas e, principalmente, aquele faro de oportunidade que faz brilhar os olhos quando ouve uma boa ideia. Ele entra no jogo bem no comecinho – quando a startup ainda está engatinhando, muitas vezes sem faturamento consistente – e aposta no sonho dos fundadores.
Por que “anjo”?
O termo “anjo” vem do teatro, acredita? No século XX, em Nova York, alguns amantes das artes começaram a investir dinheiro do próprio bolso em peças que ainda estavam sendo montadas, só para que elas pudessem sair do papel. Esses investidores começaram a ser chamados de “anjos” porque, sem eles, os espetáculos simplesmente não aconteceriam.
Com o tempo, o conceito foi para o mundo dos negócios, e hoje esses “anjos” ajudam empresas a nascerem e crescerem – às vezes virando grandes fenômenos de mercado. Pense no início do Uber ou do Airbnb: alguém acreditou antes de todo mundo e colocou grana no projeto. Esses foram os primeiros investidores anjo da história dessas empresas.
O que o investidor anjo oferece (além do dinheiro)?
Claro, o dinheiro importa. Mas não é só isso que o investidor anjo traz para a mesa. Ele costuma também colocar a experiência dele em jogo. Já viu aquele ditado “quem tem experiência não cai duas vezes no mesmo buraco”? Pois é. O investidor anjo ajuda a evitar esses buracos.
Ele pode dar conselhos sobre gestão, ajudar a montar um bom plano de negócios, conectar os fundadores com outros contatos estratégicos, como fornecedores, mentores ou até outros investidores.
Muitas vezes, o que vale ouro nessa relação é justamente o “smart money”, ou seja, o dinheiro que vem acompanhado de inteligência e suporte.
Quem pode ser um investidor anjo?
Ao contrário do que muita gente pensa, você não precisa ser um bilionário excêntrico do Vale do Silício para ser um investidor anjo. No Brasil, a maioria dos investidores anjo investe de R$ 50 mil a R$ 200 mil em uma startup, e geralmente participa de grupos com outros investidores para dividir os riscos.
Gente que já tem uma carreira consolidada, executivos experientes, empreendedores de sucesso ou até profissionais liberais que gostam de inovação podem se tornar anjos.
O mais importante é ter consciência de que o risco é alto – startups quebram, e muitas vezes a grana investida não volta. Mas quando dá certo… bom, aí é história de filme.
Exemplo: o caso da startup do Rafael
Imagina o Rafael. Ele é engenheiro de software e teve uma ideia de um app para conectar técnicos de manutenção com pessoas que precisam de consertos em casa. Ele desenvolveu um protótipo, fez uns testes com amigos e viu que a ideia tinha potencial.
Mas aí veio o problema: ele não tinha grana para contratar uma equipe ou investir em marketing. Foi quando conheceu a Paula, uma ex-executiva de uma empresa de tecnologia que decidiu virar investidora anjo. Ela curtiu a ideia, enxergou o potencial do app e investiu R$ 100 mil na startup do Rafael, além de ajudar com mentorias e indicações.
Dois anos depois, a startup já estava com 50 mil usuários e foi adquirida por uma empresa maior. Resultado? Rafael realizou o sonho, e Paula teve um ótimo retorno financeiro. Todo mundo saiu ganhando.
E se eu quiser atrair um investidor anjo?
Aí vai a dica: prepare-se. Um investidor anjo não vai sair distribuindo dinheiro para qualquer um. Você precisa mostrar que tem uma ideia com potencial de mercado, que sabe o que está fazendo e que tem um plano para escalar seu negócio.
Tenha um pitch afiado – aquela apresentação rápida, clara e impactante da sua ideia. Mostre dados, valide sua proposta, entenda quem é seu público. E não adianta querer impressionar com um PowerPoint cheio de gráficos se você não souber explicar seu modelo de negócios em dois minutos.
Além disso, pesquise quem são os investidores anjo que atuam na sua área. Tem muita gente boa no Brasil fazendo isso, inclusive através de plataformas como Anjos do Brasil e GVAngels. Ah, e seja sincero: ninguém espera que você tenha todas as respostas, mas honestidade e paixão pelo projeto contam muito.
O que um investidor anjo procura?
Antes de abrir a carteira, o investidor anjo vai querer ver alguns pontos bem claros:
- Time competente: uma boa ideia sem um time comprometido não vale muita coisa. O anjo olha para quem está por trás da ideia;
- Potencial de crescimento: ele quer ver que o negócio pode escalar. Isso significa que a solução pode atingir muita gente e gerar receita;
- Validação de mercado: já tem usuários? Tem gente disposta a pagar? Isso conta pontos;
- Diferencial competitivo: o que te faz melhor ou diferente do que já existe?;
- Retorno financeiro: sim, o anjo é bonzinho, mas também quer ganhar dinheiro no longo prazo.
Investidor anjo é para toda empresa?
Não. E isso é importante dizer. O investidor anjo geralmente está interessado em startups – empresas inovadoras com grande potencial de crescimento. Se você tem um negócio mais tradicional, como uma padaria de bairro ou um salão de beleza, provavelmente o anjo não é o melhor tipo de investidor pra você.
Mas isso não é ruim! Cada negócio tem um tipo ideal de financiamento. Enquanto as startups buscam investidores anjo e venture capital, outros tipos de empresa podem se beneficiar mais de linhas de crédito, sócios-operadores ou até financiamento coletivo.
Riscos e recompensas do investimento anjo
Vamos ser francos: investir em startups é apostar. Por melhor que a ideia pareça, existe sempre o risco de que ela não vá pra frente. O produto pode não encaixar no mercado, a equipe pode se desentender, ou simplesmente a concorrência pode engolir tudo.
Por isso, investidores anjo costumam investir em várias startups ao mesmo tempo – diversificando, igualzinho quem investe na Bolsa. A lógica é: algumas vão quebrar, outras vão empatar, e uma ou duas vão dar retorno alto e cobrir o risco de todas as outras.
O futuro do investimento anjo no Brasil
Apesar dos desafios, o ecossistema de inovação brasileiro tem crescido muito nos últimos anos. Cada vez mais gente está disposta a investir em ideias promissoras, e os empreendedores estão mais preparados para receber esse tipo de apoio.
Plataformas de matchmaking entre startups e investidores, programas de aceleração e eventos de pitch estão por toda parte. E com a digitalização acelerada, as oportunidades para inovação só aumentam.
E então: você seria um investidor anjo?
Se você tem capital, interesse por inovação e vontade de participar do nascimento de grandes ideias, talvez esteja na hora de explorar esse universo. Seja com um investimento mais tímido ou com apostas mais ousadas, o mundo das startups precisa de gente como você: que acredita antes de todo mundo.
E se você é empreendedor, já sabe: anjo não tem asa, mas pode ser exatamente o que falta para tirar sua ideia do papel e colocá-la no mundo!
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