Se você está pesquisando franquias que não valem a pena, já está dando o primeiro passo para não transformar um sonho de negócio em dor de cabeça. Afinal, nem toda franquia que parece brilhante na propaganda vai brilhar no seu bolso.
Existem redes que prometem lucros incríveis, mas escondem contratos engessados, cobranças absurdas de royalties e, em alguns casos, modelos de negócio que simplesmente não se sustentam. E ninguém quer abrir uma loja linda só para fechar em poucos meses, certo?
O mercado de franquias cresce ano após ano no Brasil. São centenas de opções: alimentação, beleza, educação, saúde, tecnologia… Tem para todos os gostos. Mas junto com boas oportunidades, aparecem armadilhas para o investidor desavisado. E é aí que muita gente cai. O dono de franquia frustrado que você conhece provavelmente começou empolgado com um sonho e acabou atolado em dívidas por não pesquisar direito.
Então, vamos ao que interessa: veja 7 tipos de franquias que não valem a pena e que você deveria manter distância se quer evitar prejuízos!
1. Franquias de modinha passageira
Quem nunca viu uma onda surgir do nada? Do dia pra noite, todo mundo quer abrir a mesma loja. Lembra do boom das paleterias mexicanas? Em 2014 e 2015, elas pipocaram em todos os cantos. Gelos coloridos e caríssimos que prometiam ser o novo ouro da gastronomia. Dois anos depois, metade delas fechou.
O problema dessas franquias de modinha é que elas dependem de uma febre passageira. Quando a novidade perde o encanto, o público desaparece e sobra para o franqueado arcar com aluguel, funcionários e royalties. E não é só com paletas mexicanas que isso aconteceu:
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Yogurterias tiveram o mesmo destino. Era moda postar fotos com toppings, mas a febre durou pouco.
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Food trucks temáticos também perderam fôlego quando a prefeitura começou a limitar os espaços e o público cansou da novidade.
Se você quer algo sólido, fuja de qualquer franquia que dependa da curiosidade momentânea do público.
2. Franquias que exigem investimento alto demais para o retorno
Aqui vai uma verdade dura: nem sempre gastar uma fortuna garante sucesso. Algumas franquias cobram investimentos iniciais gigantes, mas o faturamento prometido não cobre nem o café do dia.
Pense em shoppings de cidades médias. Você investe R$ 1 milhão em uma franquia de restaurante chique, mas o público local prefere o combo promocional da praça de alimentação. Resultado? Loja bonita, mas vazia.
Alguns exemplos clássicos de dor de cabeça:
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Franquias de grifes internacionais de moda em cidades menores. O movimento não compensa os custos altíssimos de estoque e aluguel.
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Restaurantes que exigem cozinha industrial completa e grande equipe, mas ficam espremidos em shoppings que não atraem fluxo suficiente.
Sempre desconfie de promessas de retorno rápido demais. Franquia boa mostra planilha realista, não sonho cor-de-rosa.
3. Franquias sem suporte ao franqueado
Sabe aquela propaganda de “Você nunca estará sozinho”? Pois é, em algumas redes isso é pura lenda. Franquias ruins abandonam o franqueado assim que o cheque do investimento cai na conta.
Um amigo meu abriu uma franquia de cafeteria que prometia suporte total: marketing, treinamentos, consultoria. No primeiro mês, beleza. Depois, nada. Não tinha manual atualizado, campanhas regionais ou suporte técnico. Ele precisava descobrir sozinho onde comprar até o pó de café certo.
Se você sente que a franqueadora não responde rápido, não tem equipe treinada ou só aparece para cobrar royalties, corre. Uma franquia sem suporte é só uma marca vendendo o direito de usar o nome, e isso não paga boletos.
4. Franquias de produtos com baixa margem de lucro
Outro erro comum é se encantar com produtos baratos e achar que vai vender como água. Margem de lucro pequena pode ser uma armadilha mortal.
Pense em quiosques que vendem acessórios de celular a R$ 15. Parece que vai bombar, né? Mas se cada venda deixa R$ 3 de lucro e você paga aluguel de R$ 5 mil, precisa vender 1.700 peças só para empatar. Se o shopping tem fluxo baixo, adeus lucro.
Outros exemplos perigosos:
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Franquias de pipoca gourmet com quiosques em locais fracos.
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Franquias de produtos de papelaria ou lembrancinhas, que dependem de volume enorme para compensar.
Antes de comprar uma franquia, olhe para a margem líquida, não para a beleza do quiosque ou o cheiro da pipoca.
5. Franquias com má reputação ou processos judiciais
Reputação é tudo no mundo das franquias. Se o consumidor desconfia da marca ou se ela aparece todo mês em notícias de processos trabalhistas e dívidas, é melhor passar longe.
Existem franquias que expandiram rápido demais e não cumpriram o prometido, deixando uma fila de franqueados endividados. Já viu reportagens de redes de cursos profissionalizantes que fecharam do nada, deixando alunos sem aula e franqueados sem suporte? Pois é.
Antes de assinar qualquer contrato, faça o dever de casa:
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Pesquise no Google e em redes sociais o nome da franquia + “problema”, “reclamação”, “processo”.
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Converse com pelo menos três franqueados antigos e três recentes. Se todos falarem mal, é sinal vermelho.
Fuja de qualquer rede que parece estar mais nas páginas policiais do que nas páginas de negócios.
6. Franquias que não se adaptam ao mercado local
Você já viu uma franquia abrir em uma cidade e simplesmente não funcionar porque o público não tem interesse naquele produto ou serviço? Isso acontece muito.
Uma franquia pode ser sucesso em São Paulo e um fracasso em uma cidade do interior com hábitos totalmente diferentes.
Alguns casos típicos:
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Franquias de culinária internacional em cidades pequenas onde a população prefere pratos tradicionais.
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Franquias de academias high-tech em bairros populares, onde o público busca mensalidade barata e prática rápida.
Antes de abrir qualquer franquia, avalie o mercado local. Fale com moradores, analise concorrentes e não confie apenas no “a marca é famosa no Instagram”.
7. Franquias que não inovam
O mundo muda rápido. Marcas que param no tempo acabam esquecidas. Abrir uma franquia que não acompanha tendências é assinar um contrato com o fracasso.
Imagine uma videolocadora em 2010 ou uma lan house em 2020. Parece absurdo, mas ainda existem franquias que insistem em modelos ultrapassados, achando que só o nome vai segurar o público.
Se a franqueadora não investe em novidades, marketing digital e tecnologia, o risco é enorme.
Como fugir das furadas
Agora que você já viu essas 7 categorias de franquias que não valem a pena, a grande lição é simples: pesquise muito antes de assinar qualquer contrato.
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Leia a Circular de Oferta de Franquia (COF) com atenção;
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Faça contas realistas e considere o pior cenário de faturamento;
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Visite unidades, converse com franqueados e analise a reputação da marca;
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Pergunte-se: “Se essa franquia não tivesse essa marca, eu investiria mesmo assim?”
Abrir uma franquia pode ser ótimo, mas só quando você entra preparado e escolhe uma rede sólida. Caso contrário, vira só uma dor de cabeça cara.
Antes de entrar nesse mundo, lembre-se: franquia não é atalho para ficar rico. É um negócio como qualquer outro, que exige planejamento, estudo e visão crítica.
Fuja das ciladas, escolha com calma e você terá muito mais chances de transformar investimento em lucro de verdade!
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