Fluxo de caixa é aquele termo que muita gente ouve falar, mas nem todo mundo entende de verdade — e, olha, não entender pode ser exatamente o motivo pelo qual o seu negócio está indo ladeira abaixo sem freio. Sabe aquele famoso “não sei onde foi parar o dinheiro”? Pois bem, o fluxo de caixa é justamente o mapa do tesouro que evita esse sumiço misterioso da grana.
Pensando nisso, a seguir, vamos te contar quais são os erros mais comuns que as empresas cometem com o fluxo de caixa. Prepare-se: vai doer, porque talvez você se identifique com alguns deles. Mas, respira! O importante é identificar o erro e corrigir antes que seja tarde demais.
1. Misturar as finanças pessoais com as da empresa
Esse é, sem dúvida, o erro campeão. Tá no topo do ranking, com medalha de ouro e tudo. Parece básico, né? Mas acontece em 9 de cada 10 negócios pequenos e até em empresas que já têm anos de estrada.
Imagina só: o dono da empresa tira dinheiro do caixa para pagar a parcela do carro, comprar aquele celular novo ou bancar o churrasco de domingo. Depois, quando chega o fim do mês, ele simplesmente não sabe se a empresa deu lucro ou prejuízo, porque tá tudo misturado.
Fluxo de caixa serve justamente para mostrar a saúde financeira do negócio, mas se você faz dele uma extensão da sua carteira, já era! Fica impossível ter qualquer tipo de controle.
Exemplo prático: João tem uma lanchonete e, todo dia, tira um trocado do caixa para comprar pão e leite para casa. No fim do mês, acha que vendeu bem, mas não sabe por que não sobrou dinheiro. Pois é, João: você comeu o lucro do seu próprio negócio, literalmente!
Como resolver? Crie contas separadas, estabeleça um pró-labore e seja disciplinado. O caixa da empresa é da empresa!
2. Não registrar todas as entradas e saídas
Outro erro clássico: “Ah, é só um cafezinho, nem vou anotar”, “é só aquele troco que ficou na gaveta”. Meu amigo, se você pensa assim, sinto informar, mas o seu fluxo de caixa está mais furado que peneira velha.
Cada real que entra ou sai precisa ser registrado. Pode ser no caderno, na planilha ou num sistema mais elaborado, mas o importante é não deixar passar nada. É aquele velho ditado: de grão em grão, a galinha enche o papo — ou, nesse caso, esvazia o caixa sem você perceber.
Exemplo prático: Maria tem uma loja de roupas e, sempre que vende uma peça, guarda parte do dinheiro separado para comprar novos tecidos, mas esquece de anotar. Quando vai ver, não sabe o quanto realmente vendeu ou gastou. Aí fica aquele mistério: “Cadê o dinheiro?”. Foi embora, junto com as anotações que nunca foram feitas.
Como resolver? Crie o hábito de registrar absolutamente tudo. Não existe despesa ou receita pequena demais para não ser contabilizada.
3. Confiar na memória ao invés de usar ferramentas
Esse aqui é clássico do empreendedor raiz: confia na cabeça pra tudo. “Eu sei de cabeça o quanto tenho no caixa”, “eu lembro o que vendi ontem”. Só que… a memória falha, meu querido!
Fluxo de caixa é um processo contínuo, que precisa ser acompanhado com ferramentas adequadas. Não dá pra confiar só na cabeça ou naquele bloquinho de papel perdido na gaveta.
Exemplo prático: Pedro tem um food truck e, no final do dia, tenta lembrar tudo que vendeu. Só que, na correria, esquece de anotar aquele hambúrguer extra que saiu ou o refrigerante a mais. Resultado: o controle financeiro dele nunca fecha direito.
Como resolver? Use planilhas, aplicativos de gestão ou sistemas mais completos, dependendo do tamanho do seu negócio. Hoje em dia tem ferramenta pra tudo, muitas delas gratuitas.
4. Não fazer projeções futuras
Outro erro que mata o fluxo de caixa é só olhar para o agora. Sabe aquele ditado “viva o hoje”? Então, no mundo dos negócios ele não funciona muito bem.
Se você não faz projeções — quanto vai receber, quanto vai gastar, qual será a demanda —, fica vulnerável a qualquer imprevisto. E, vamos combinar, imprevisto é o que mais acontece quando se tem um negócio.
Exemplo prático: Carla tem uma papelaria e, em dezembro, vende horrores com material escolar. Só que ela não faz previsão e gasta tudo em janeiro, esquecendo que as vendas vão despencar nos meses seguintes. Resultado: em março, ela tá sem dinheiro e cheia de contas para pagar.
Como resolver? Faça projeções mensais e anuais. Não precisa ser nenhum gênio da matemática: basta olhar o histórico e pensar no que vai acontecer nos próximos meses.
5. Ignorar o capital de giro
Esse erro é fatal: não pensar no capital de giro. Muita gente acha que, se vendeu bem, tá tudo certo. Mas não é bem assim. O capital de giro é o que mantém o seu negócio respirando, pagando as contas enquanto o dinheiro das vendas ainda não caiu na conta.
Se você não calcula bem, corre o risco de ficar sem dinheiro para pagar fornecedores, funcionários e até contas básicas, mesmo que as vendas estejam boas.
Exemplo prático: André tem uma oficina mecânica e, em um mês, fechou várias ordens de serviço. Mas o pagamento só cai em 30 dias. Enquanto isso, ele precisa comprar peças, pagar aluguel e funcionários. Sem capital de giro, André entra no vermelho.
Como resolver? Calcule bem quanto precisa ter em caixa para manter a empresa funcionando, mesmo que as vendas atrasem. Não gaste tudo que entra!
6. Não revisar o fluxo de caixa com frequência
Fazer o fluxo de caixa uma vez na vida e outra na morte não serve pra nada. Tem gente que só olha para ele no final do ano, na hora de fazer o imposto, e ainda se espanta com os resultados.
Fluxo de caixa é uma ferramenta viva, que deve ser analisada no mínimo toda semana. Quanto mais frequência, mais controle você tem.
Exemplo prático: Luciana, dona de uma cafeteria, só olha o caixa quando sente que as coisas estão apertadas. O problema é que, quando ela percebe, já está atolada em dívidas.
Como resolver? Reserve um tempinho toda semana para olhar o fluxo de caixa. Quanto mais cedo identificar problemas, mais rápido pode corrigi-los.
7. Desconsiderar sazonalidades
Esse erro anda de mãos dadas com o de não fazer projeções. Muita gente esquece que todo negócio tem sazonalidade — períodos em que vende mais e outros em que vende menos.
Se você não leva isso em conta, acaba gastando tudo na época de vacas gordas e passa aperto quando as vendas caem.
Exemplo prático: Júlio tem uma sorveteria que bomba no verão, mas mal vende no inverno. Como ele não se planeja, gasta tudo o que ganha na alta temporada e, quando chega o frio, mal consegue pagar o aluguel.
Como resolver? Conheça bem o seu negócio, identifique os períodos de maior e menor faturamento e planeje-se para atravessar os momentos de baixa.
8. Não separar despesas fixas e variáveis
Outro erro clássico: jogar todas as despesas no mesmo bolo e não diferenciar o que é fixo e o que é variável.
Despesas fixas são aquelas que você tem todo mês, tipo aluguel, salário de funcionários, luz. Já as variáveis mudam conforme o volume de vendas, como compra de mercadoria, embalagens ou comissões.
Quando você não separa, perde a visão do que pode ou não ser ajustado em caso de aperto.
Exemplo prático: Bruno tem uma loja online e, quando precisa cortar gastos, acaba atrasando o aluguel (despesa fixa) porque não sabe que poderia ter ajustado o estoque ou renegociado com fornecedores (despesas variáveis).
Como resolver? Categorize as despesas no seu fluxo de caixa. Assim, sabe exatamente onde pode mexer sem comprometer o funcionamento do negócio.
9. Achar que fluxo de caixa é só para grandes empresas
Esse é um erro mental que impede muita gente de sequer começar a fazer o fluxo de caixa. Tem muito pequeno empreendedor que pensa: “Ah, meu negócio é pequeno, não preciso disso”.
Pois eu te digo: quanto menor o negócio, maior a necessidade de ter controle! Afinal, você não tem margem para errar.
Exemplo prático: Paula faz bolos por encomenda e acha que não precisa de fluxo de caixa. Só que, sem perceber, acaba gastando mais com ingredientes e embalagens do que recebe. Resultado: trabalha, trabalha, e no fim não sobra nada.
Como resolver? Entenda que fluxo de caixa é para todos. Não importa se você fatura R$ 1 mil ou R$ 1 milhão. Controle financeiro é a base de qualquer negócio.
10. Não buscar ajuda profissional
Por fim, um erro que muitos cometem por orgulho ou por achar que custa caro: não buscar ajuda profissional.
Às vezes, um contador, um consultor financeiro ou até mesmo um bom curso pode fazer toda a diferença. Tentar resolver tudo sozinho, sem conhecimento técnico, é receita para o desastre.
Exemplo prático: Sérgio tenta fazer tudo na empresa: vende, compra, paga contas e ainda tenta cuidar do fluxo de caixa. Como não entende bem de finanças, acaba cometendo erros bobos, que custam caro.
Como resolver? Busque ajuda quando perceber que não está dando conta. Existem profissionais e cursos acessíveis, além de muitos conteúdos gratuitos na internet.
Não subestime o fluxo de caixa e trate-o como seu melhor amigo!
Resumindo: fluxo de caixa não é um bicho de sete cabeças, mas exige disciplina e atenção. Ele não serve só para saber quanto você tem hoje, mas para entender o passado e planejar o futuro do seu negócio.
Se você cometer os erros que listamos aqui, seu negócio vai, sim, estar com os dias contados. Mas se fizer o dever de casa, o fluxo de caixa se tornará seu melhor amigo — aquele que te ajuda a evitar ciladas e garante que sua empresa tenha vida longa e próspera.
Então, bora mudar a postura? Chega de deixar o financeiro de lado. Comece hoje mesmo a cuidar bem do seu fluxo de caixa e veja como tudo vai fluir muito melhor!
Aproveite e confira também: 10 ideias de negócios lucrativos para começar em 2025