Empréstimo para viajar vale a pena? Essa é aquela pergunta que muita gente se faz quando bate a vontade de conhecer o mundo, mas o saldo bancário parece estar preso num feriado prolongado. Afinal, quem nunca se pegou sonhando com uma viagem dos sonhos — seja pra curtir as praias cristalinas do Caribe, explorar as ruas históricas da Europa ou se perder nos sabores da Ásia — e pensou: “Será que não rola pegar um empréstimo e ir assim mesmo?”
Pois é. A ideia pode parecer ousada (e até um pouco impulsiva), mas vamos conversar com calma. Em alguns casos, sim, pode até valer a pena. Em outros, é melhor segurar a empolgação e montar um cofrinho temático.
Continue lendo e entenda em quais momentos essa decisão pode ser uma boa pedida ou uma grande furada!
O lado bom do empréstimo para viajar (sim, ele existe)
Antes de sair julgando a ideia como totalmente louca, vale lembrar que cada situação é única. Nem todo empréstimo é vilão, e nem toda viagem financiada vai te levar direto pro SPC. Há, sim, momentos em que fazer um empréstimo para viajar pode ser uma jogada estratégica — ou pelo menos aceitável.
1. Viagem para aproveitar uma oportunidade única (e irrecusável)
Vamos começar com o clássico: oportunidade única. Sabe aquele casamento do seu melhor amigo na Grécia? Ou aquele intercâmbio de duas semanas na França com tudo incluído, mas que precisa ser pago em 48 horas? Nessas horas, um empréstimo pode salvar o rolê. Literalmente.
Exemplo:
Imagine que seu irmão vai se casar em Cancún e sua família inteira já comprou as passagens. O evento vai ser único, especial, e você sabe que vai se arrepender amargamente de não ter ido. Se for algo que realmente tem valor emocional e que não vai voltar, pode valer o esforço — desde que o empréstimo seja planejado e com parcelas que caibam no seu bolso sem sufoco.
2. Viagem com propósito profissional ou acadêmico
Vai fazer um curso de especialização fora? Um evento que pode turbinar seu currículo? Nesses casos, a viagem tem potencial de retorno. É tipo um investimento com paisagem bonita e cafés diferentes.
Exemplo:
Você recebeu um convite para um congresso em Lisboa, e sabe que esse evento pode te render networking, conhecimento e quem sabe até uma proposta de trabalho internacional. Se você tiver um orçamento básico de viagem e a opção de empréstimo com juros baixos, pode ser uma jogada inteligente.
3. Promoção imperdível (e você já ia viajar de qualquer forma)
Outra situação que pode justificar pegar um empréstimo: você já está planejando a viagem há tempos, pesquisando pacotes, guardando uma graninha. Aí surge uma promoção relâmpago de passagem aérea com 70% de desconto para o destino dos seus sonhos. Se esperar, o preço volta ao normal. Se agir agora, economiza no total — mesmo pagando um pouco de juros do empréstimo.
Exemplo:
Você queria ir pro Japão no ano que vem, mas encontrou uma promoção de ida e volta por R$ 2.000 com datas próximas. Se deixasse pra depois, pagaria R$ 6.000. Mesmo que pegue um empréstimo e pague R$ 2.500 no total, ainda economiza muito no geral.
Quando o empréstimo para viajar não vale a pena (e pode dar dor de cabeça)
Nem só de sonhos vive o cartão de crédito. Tem situações em que financiar uma viagem pode acabar virando um pesadelo tropical — sem direito a drink com guarda-chuvinha. Vamos aos cenários onde o melhor conselho é: segura a empolgação e espera mais um pouquinho.
1. Viagem por impulso (sem planejamento)
Você viu uma blogueira postando stories em Bali e, de repente, decidiu que precisa urgentemente conhecer o sudeste asiático. Mas não sabe nem o preço da passagem, não tem roteiro, não pesquisou nada… Só quer embarcar o quanto antes.
Por que não vale a pena?
Porque as chances de se enrolar são grandes. Você pega o empréstimo no susto, paga caro, e quando volta ainda tem a ressaca financeira de lidar com uma dívida que poderia ser evitada com planejamento.
2. Parcelas que não cabem no seu bolso
Esse é o básico, mas vale reforçar: se a parcela vai te apertar, tirar o sono ou impedir que você pague outras contas importantes, a viagem pode esperar. Viajar com a cabeça tranquila é muito melhor do que voltar com a mente lotada de boletos.
Exemplo:
Você ganha R$ 3.000 por mês e parcela a viagem em 24 vezes de R$ 800. Faz sentido? A não ser que você seja um mágico financeiro, isso vai te afundar rápido.
3. Você não tem reserva de emergência
Viajar já é um gasto por si só. E imprevistos acontecem — mala extraviada, cartão bloqueado, voo cancelado… Se você vai voltar da viagem sem nenhuma reserva financeira e ainda com dívida em andamento, talvez seja melhor adiar.
4. Você já está pagando outros empréstimos ou parcelamentos
Combinar dívidas como quem combina look de viagem raramente dá certo. Se você já está pagando financiamento de carro, empréstimo estudantil, cartão de crédito estourado e ainda pensa em pegar outro empréstimo só pra viajar… para e respira. Melhor priorizar sua estabilidade financeira antes de cair na estrada.
Como fazer um empréstimo para viajar da forma mais segura possível
Se depois de avaliar tudo você concluir que sim, no seu caso, um empréstimo para viajar vale a pena, aqui vão algumas dicas práticas pra não transformar o sonho em dívida impagável.
1. Simule antes
Use e abuse dos simuladores de crédito. Veja quanto você vai pagar no final, qual é o valor dos juros, e quanto vai comprometer da sua renda. Faça isso com diferentes prazos e valores. Dá trabalho, mas é o tipo de trabalho que vale cada clique.
2. Compare instituições financeiras
Não vá direto no primeiro banco que aparece. Compare taxas, condições e veja se há opções de crédito pessoal, crédito consignado (se aplicável) ou até antecipação do 13º, dependendo do seu perfil.
3. Escolha o menor prazo possível — que caiba no bolso
Pagar em 48 vezes pode parecer mais leve por mês, mas o valor final vai ser muito mais alto. Prefira prazos mais curtos e parcelas realistas, mesmo que tenha que ajustar o roteiro da viagem. Trocar Paris por Buenos Aires pode ser um bom negócio se isso significar menos juros.
4. Evite misturar com cartão de crédito
Tentar “ajudar” o empréstimo com um limite do cartão pode gerar uma bola de neve. Se for fazer um financiamento, mantenha os gastos sob controle. Defina um limite diário, use apps de controle financeiro e lembre-se: o cartão não é extensão do orçamento, é armadilha disfarçada de facilidade.
Alternativas ao empréstimo para viajar
Se você ainda está na dúvida, talvez valha pensar em caminhos alternativos. Dá pra realizar o sonho da viagem sem necessariamente sair pegando empréstimo. Olha só:
1. Faça um planejamento e guarde aos poucos
Clássico dos clássicos. Defina o destino, calcule quanto precisa e comece a guardar um valor fixo por mês. Mesmo que a viagem demore um pouco mais, você vai com a mente leve e sem dívidas.
2. Procure promoções com parcelamento sem juros
Muitas agências de viagem e companhias aéreas oferecem parcelamento sem juros. Nesses casos, você consegue dividir o valor sem pagar a mais. Só cuidado pra não se empolgar e sair parcelando tudo.
3. Venda coisas que não usa mais
Sério, faça um desapego geral. Roupas, eletrônicos, móveis. Tudo que você não usa mais pode virar verba de viagem. Pode parecer pouco, mas somando tudo dá pra levantar uma graninha boa.
4. Trabalhe com milhas e cashback
Já pensou em usar milhas pra economizar na passagem? Ou aproveitar programas de cashback pra acumular uma grana de volta nas compras e guardar esse valor? Com um pouco de organização, esses programas ajudam bastante no orçamento da viagem.
Empréstimo para viajar vale a pena… às vezes!
A grande verdade é: empréstimo para viajar vale a pena apenas em situações muito específicas. Se for uma oportunidade única, com valor emocional, ou uma viagem com propósito profissional ou educacional — e se você puder pagar sem sufoco —, pode ser uma escolha válida.
Mas se for por impulso, sem planejamento, com parcelas que vão apertar seu orçamento e sem reserva de emergência, o risco é alto. A viagem pode até ser maravilhosa, mas a volta vai ser tensa.
No fim das contas, o melhor é sempre planejar, guardar e ir com tranquilidade. Mas se o empréstimo for o caminho, que ele seja feito com os dois pés no chão — mesmo que a cabeça esteja nas nuvens de um destino incrível!
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