A carência de plano de saúde é aquele período meio chato em que você já paga pelo serviço, mas ainda não pode usar todos os benefícios.
Parece estranho, né? Afinal, a gente assina o contrato, paga a mensalidade, mas não pode sair marcando consultas e exames. Mas calma: esse tempo de espera tem uma lógica por trás, e entender isso é fundamental para evitar frustrações.
Vamos te explicar o que é a carência, por que ela existe, quais são os prazos mais comuns e em quais situações dá para usar o plano antes.
O que é carência de plano de saúde?
Carência de plano de saúde é o tempo que você precisa esperar entre a assinatura do contrato e a possibilidade de usar certos serviços do plano.
Os planos estabelecem prazos diferentes para cada tipo de atendimento. Em geral, eles são definidos pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), mas cada operadora pode aplicar condições específicas, desde que respeite os limites máximos.
Por exemplo:
- Para consultas simples, o prazo máximo de carência é de 30 dias;
- Para exames de sangue, geralmente o prazo é o mesmo;
- Já para parto, a carência pode chegar a 300 dias (quase uma gestação inteira!);
- Em casos de emergência ou urgência, o prazo máximo é de 24 horas.
Por que existe a carência?
Você pode estar pensando: “Mas por que eu tenho que esperar? Não é injusto?”. A lógica é financeira. Imagine o seguinte cenário: uma pessoa descobre que precisa de uma cirurgia cara amanhã e decide contratar um plano de saúde hoje.
Se não existisse carência, ela usaria o serviço imediatamente, faria a cirurgia e depois poderia simplesmente cancelar o contrato.
Isso seria inviável para as operadoras, que se sustentam pelo equilíbrio entre quem paga e quem usa. A carência é uma forma de evitar abusos e garantir que o sistema funcione.
Em outras palavras: a carência existe para proteger a coletividade. Se não houvesse essa regra, os custos seriam tão altos que os planos de saúde ficariam ainda mais caros para todo mundo.
Quais são os prazos máximos de carência definidos pela ANS?
Segundo a ANS, os prazos máximos de carência são:
- 24 horas: para urgência e emergência;
- 30 dias: para consultas médicas, exames simples e atendimentos ambulatoriais;
- 180 dias: para procedimentos de alta complexidade, internações e cirurgias;
- 300 dias: para partos a termo.
Vale destacar que esses são os prazos máximos. Algumas operadoras oferecem planos com carências menores como diferencial de mercado. Então, se você está de olho em contratar, pode pesquisar opções que tenham condições mais atrativas.
Quando você pode usar o plano antes do fim da carência?
Sim, existem situações em que o beneficiário pode usar o plano mesmo dentro da carência. Isso acontece principalmente em casos de urgência e emergência.
Imagina que você contratou o plano ontem e hoje torceu o pé. A operadora não pode negar atendimento porque já se passaram as 24 horas mínimas.
Outro caso em que é possível reduzir ou até eliminar carências é quando ocorre a portabilidade de carências. Funciona assim: se você já tem um plano e decide trocar para outro (respeitando regras da ANS), pode levar o tempo de carência que já cumpriu. É como mudar de escola, mas já levando as notas que você conquistou.
Carência x Cobertura Parcial Temporária (CPT)
Muita gente confunde a carência de plano de saúde com a chamada Cobertura Parcial Temporária (CPT). Mas são coisas diferentes.
- Carência: é o tempo em que você ainda não pode usar determinado serviço após a contratação.
- CPT: é a exclusão temporária de cobertura para doenças ou lesões preexistentes, geralmente por até 24 meses.
Por exemplo, se você já tinha uma doença diagnosticada antes de contratar o plano, a operadora pode aplicar CPT, o que significa que não vai cobrir tratamentos relacionados a essa condição por um tempo determinado.
Como planejar a contratação para não sofrer com a carência
O segredo para não ser pego de surpresa é se antecipar. Abaixo, separamos mais algumas dicas:
- Contrate antes de precisar: não espere sentir dor ou ter um diagnóstico para correr atrás do plano. Antecipe-se;
- Leia o contrato: cada plano pode ter regras específicas, então leia as condições;
- Pesquise operadoras: algumas oferecem carências reduzidas, principalmente em campanhas de adesão;
- Avalie sua fase de vida: está pensando em engravidar? Ou precisa de acompanhamento médico frequente? Leve isso em conta na hora da contratação;
- Aproveite os primeiros meses para organizar exames e consultas que não são urgentes;
- Considere se um plano empresarial pode ser uma alternativa (geralmente tem carência menor).
A carência de plano de saúde pode parecer uma barreira no começo, mas, quando entendemos o motivo da existência dela, faz mais sentido. O importante é não deixar para contratar em cima da hora.
Planejamento é a palavra-chave: ao se antecipar, você evita surpresas e garante que o plano esteja disponível quando realmente precisar.
No fim das contas, é como ter um guarda-chuva. Você não compra só quando começa a chover, certo? O ideal é ter antes, para não se molhar. O plano de saúde funciona da mesma forma: contratar com antecedência é o segredo para usar sem preocupações!
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FAQ
1. Posso negociar a carência com a operadora?
Em alguns casos, sim. Especialmente em planos empresariais ou coletivos por adesão, é comum haver negociações para reduzir prazos.
2. Existe plano sem carência?
Existem promoções em que a operadora oferece redução ou isenção de carência, mas normalmente isso ocorre em contratos coletivos. Em planos individuais, é raro.
3. Se eu atrasar a mensalidade, a carência volta do zero?
Não. A carência só é contada a partir da assinatura do contrato. Se houver atraso, podem suspender o atendimento, mas a contagem não reinicia.
4. O que acontece se eu engravidar logo após contratar o plano?
Você terá direito às consultas de pré-natal (após 30 dias), mas o parto só será coberto após 300 dias de carência.
5. E se eu mudar de plano, preciso cumprir carência de novo?
Não necessariamente. Se você cumprir as regras da portabilidade, leva os prazos já cumpridos.