Análise de crédito é aquele processo que acontece, muitas vezes sem você nem perceber, quando alguma empresa quer saber se pode confiar em você para te emprestar dinheiro ou vender algo parcelado. Pois é, pode até parecer meio “Big Brother financeiro”, mas a verdade é que esse tipo de avaliação está presente em várias situações do nosso dia a dia, desde o momento em que você vai pedir um cartão de crédito até quando decide financiar um carro ou comprar um celular em 12 vezes sem juros.
A seguir, vamos te explicar o que é essa tal de análise de crédito, como ela funciona e, claro, trazer alguns exemplos para deixar tudo mais fácil de entender. Bora lá?
O que é análise de crédito?
De forma bem direta: análise de crédito é um processo feito por empresas, bancos ou financeiras para avaliar o risco de conceder crédito para alguém — seja uma pessoa física ou uma empresa. Basicamente, a instituição quer saber: “Se eu emprestar dinheiro para essa pessoa, ela vai me pagar de volta?”. Simples assim.
Você emprestaria R$ 1.000 para um amigo que já te deu vários calotes no passado? Provavelmente não, né? As empresas pensam do mesmo jeito. Elas analisam o histórico do cliente, suas dívidas, quanto ele ganha, se paga as contas em dia e até se o nome está “sujo” ou “limpo” no mercado.
Ou seja, a análise de crédito serve como um “termômetro” para medir se o cliente é confiável ou não na hora de assumir compromissos financeiros.
Como funciona a análise de crédito?
Agora que você já entendeu o conceito, vamos ver como esse processo funciona na prática. Spoiler: não é tão complicado quanto parece!
1. Coleta de informações
A primeira etapa da análise de crédito é a coleta de informações sobre quem está pedindo crédito. Essas informações podem ser obtidas de várias formas:
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Dados cadastrais: nome, CPF, endereço, telefone, estado civil etc.
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Dados financeiros: salário, outras fontes de renda, despesas fixas.
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Histórico de crédito: registros em órgãos como SPC, Serasa e Boa Vista, que mostram se a pessoa já atrasou ou deixou de pagar alguma conta.
Por exemplo, imagine que a Maria quer financiar um carro. O banco vai pedir os documentos dela, analisar se ela tem um emprego estável e verificar se ela costuma pagar as contas em dia. Tudo isso antes de liberar o financiamento.
2. Análise do perfil de risco
Depois que a empresa reúne todas as informações, ela começa a analisar o perfil de risco do cliente. É nessa hora que surgem termos como score de crédito e rating.
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Score de crédito: é uma nota que vai de 0 a 1.000 e indica a probabilidade de a pessoa pagar as contas em dia. Quanto maior o score, melhor!
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Rating: mais comum em empresas, é uma classificação que indica a saúde financeira do negócio.
Voltando ao exemplo da Maria: se ela tiver um score de crédito de 850, as chances de o banco aprovar o financiamento são altas. Agora, se o score for 350, a situação complica.
Confira também: 7 dicas estratégicas para aumentar o score de crédito
3. Tomada de decisão
Com todas as informações e análises em mãos, a empresa decide se aprova ou não o crédito. Não existe uma regra única: cada instituição define os critérios que considera importantes.
Por exemplo:
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Um banco pode decidir não liberar um cartão de crédito se perceber que o cliente está muito endividado.
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Já uma loja pode aprovar a venda parcelada de um eletrodoméstico, mas com juros mais altos, para compensar o risco.
Em resumo: a decisão depende do perfil do cliente e do apetite da empresa para correr riscos.
4. Comunicação da decisão
Por fim, a empresa informa ao cliente se o crédito foi aprovado ou não. Algumas instituições detalham o motivo da recusa, outras apenas dizem que “não foi possível aprovar neste momento”.
Aliás, quem nunca ouviu aquela clássica frase: “Seu crédito foi negado”? Dá uma frustração, né? Mas a verdade é que isso acontece justamente porque, segundo a análise, o risco era alto demais.
Quais são os critérios usados na análise de crédito?
Agora você pode estar se perguntando: “Mas o que eles olham exatamente na hora de fazer essa análise?”. Bora listar os principais critérios:
1. Histórico de pagamento
Esse é o famoso “passado condena”. Se você tem um bom histórico de pagamento — ou seja, paga as contas em dia —, isso pesa muito a seu favor. Já quem costuma atrasar ou deixar dívidas em aberto vai ter mais dificuldade na hora de conseguir crédito.
Exemplo: o João sempre pagou as parcelas do cartão na data certa. Já a Ana, infelizmente, tem várias contas atrasadas. Quem você acha que o banco vai preferir como cliente?
2. Capacidade de pagamento
Aqui entra a relação entre quanto você ganha e quanto você deve. Não adianta ganhar R$ 5.000 por mês, mas ter R$ 4.500 em dívidas! As empresas querem saber se o cliente realmente tem condições de arcar com mais uma prestação.
Exemplo clássico: o Pedro ganha R$ 3.000 e quer fazer um empréstimo com parcela de R$ 1.200. Pode até ser que o banco aprove, mas é bem provável que ofereça um valor menor, para evitar que ele fique sobrecarregado.
3. Endividamento
Além da renda, o total de dívidas também conta muito. Se você já está comprometido com várias prestações, o risco de inadimplência aumenta.
Confira também: Dicas para renegociar dívidas e nunca mais ter o famoso ‘nome sujo’
4. Score de crédito
Como já falamos, essa pontuação ajuda bastante na análise. É um resumo numérico de tudo que falamos acima: histórico, dívidas e capacidade de pagamento.
Exemplos práticos de análise de crédito
Nada melhor do que exemplos para deixar tudo ainda mais claro. Bora ver algumas situações do dia a dia onde a análise de crédito acontece?
Exemplo 1: Solicitação de cartão de crédito
Você resolve pedir um cartão de crédito novo porque quer aproveitar as milhas para viajar. O banco, antes de aprovar, faz uma análise: olha seu score, verifica se você tem dívidas e qual é sua renda. Se o resultado for positivo, beleza! Você ganha o cartão. Caso contrário… fica pra próxima.
Exemplo 2: Financiamento imobiliário
A Juliana quer comprar um apartamento. O banco pede uma série de documentos, comprovação de renda, consulta aos birôs de crédito (como SPC e Serasa) e até análise de bens. Depois de tudo isso, aprova o financiamento, mas exige uma entrada de 20% para reduzir o risco.
Exemplo 3: Compra parcelada em loja
Você vai até uma loja e quer parcelar um celular em 10 vezes. A loja, na hora, faz uma consulta rápida ao seu CPF, verifica se está negativado e olha seu score. Se estiver tudo certo, a venda é aprovada.
Viu só? A análise de crédito acontece o tempo todo, mesmo em compras relativamente pequenas!
Como melhorar a análise de crédito?
Se você quer ter mais facilidade para conseguir crédito no futuro, vale a pena seguir algumas dicas:
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Pague as contas em dia: esse é o básico, mas muita gente esquece.
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Mantenha um bom relacionamento com instituições financeiras: ter conta em banco, usar produtos financeiros de forma responsável e movimentar dinheiro ajuda a criar um bom histórico.
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Evite endividamento excessivo: ter várias dívidas ao mesmo tempo só prejudica sua avaliação.
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Atualize seus dados: mantenha sempre seu cadastro atualizado nos birôs de crédito.
Essas atitudes ajudam a manter um score saudável e melhoram sua reputação no mercado.
Análise de crédito para empresas: funciona igual?
Mais ou menos. O princípio é o mesmo: avaliar o risco antes de conceder crédito. Mas, no caso de empresas, a análise é ainda mais criteriosa, porque os valores costumam ser bem maiores.
Além dos critérios que já citamos, as instituições também avaliam:
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Faturamento da empresa.
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Tempo de existência.
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Setor de atuação.
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Situação cadastral (se há protestos ou processos).
Por exemplo, imagine uma distribuidora que quer comprar R$ 500 mil em mercadorias a prazo. O fornecedor, claro, vai fazer uma análise de crédito antes de liberar a venda, para evitar prejuízos.
Por que a análise de crédito é tão importante?
Pode até parecer chato ter que passar por esse processo, mas a análise de crédito é fundamental para manter o equilíbrio financeiro das empresas e até da economia como um todo.
Sem essa avaliação, seria muito mais fácil conceder crédito de forma irresponsável, aumentando o risco de inadimplência e causando prejuízos enormes para as empresas — que, por sua vez, poderiam quebrar, gerando desemprego e outros problemas econômicos.
Além disso, a análise protege também o consumidor. Afinal, ninguém quer se endividar além do que consegue pagar, né?
A análise de crédito é sua aliada!
A análise de crédito pode até parecer uma vilã em alguns momentos — principalmente quando o crédito é negado —, mas, na verdade, ela está mais para mocinha. É um processo que protege tanto quem empresta quanto quem toma o crédito.
Então, da próxima vez que você ouvir falar sobre análise de crédito, já sabe: é só uma forma de garantir que o dinheiro vai circular com segurança e responsabilidade.